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segunda-feira, 14 de junho de 2010

Make love, not war

Salve salve amigos!

A gente nunca se cansa de celebrar o tema mais celebrado: o amor. Em se tratando de um curso de Estética, era inevitável, mas por uma razão que a razão conhece:  o amor permeia tudo. Deus é amor. Ele criou o universo, as flores e a música por amor. Fez o homem e a mulher por amor. E disse aos dois: “Façam!” Então façamos!
 
Poderia jurar que NÃO programei essa aula para um dia depois do dia dos namorados!

Que assunto você mais gostou de ver:
  • Salomão em alternância de papéis como rei e pastor?
  • A Sulamita se referindo ao seu casamento como uma “chama do Senhor” (Ct 8.6b), ou seja, uma aliança de amor?
  • Deus como o maior incentivador do casamento?

Comente!

Tenham uma excelente e apaixonante semana!

Em Cristo

Seu colega

Links

  • Pasta Estética
  • Artigo “Marriage” de George B. Eager na International Standard Bible Encyclopedia (texto em inglês)
  • Site do programa e-Sword, onde você pode fazer download gratuito de Bíblias, dicionários, comentários, mapas etc.

Redações dos alunos

Seguem os últimos textos escritos por vocês.

Música e adoração

No artigo intitulado Música, de Mark Dever (editora fiel) o autor ataca a visão de adoração no culto como somente aquela feita com música. Para Mark, no culto, a adoração, como é feita pela igreja como um todo, deve ser corporativa, e por isso a principal forma de adoração é o ouvir a palavra de Deus. A partir daí, Mark traz alguns conselhos sobre o momento da música neste contexto.

Primeiro, as canções funcionam como credos devocionais. Lutero mesmo já utilizava as canções para a profissão de fé do povo de Deus (quem não lembra de Castelo forte?). Isso funciona perfeitamente, pois é difícil lembrar-se da pregação do domingo retrasado mas uma melodia é difícil de ser esquecida, principalmente se cantada regularmente.

Segundo, a individualidade emocional não é o mais importante. Para Mark, aqueles que mostram que a expressão final da adoração é uma experiência emocional privativa destroem o conceito de adoração corporativa, isto é, uma adoração congregacional. Eu concordo em parte com o Mark, pois, quer queira quer não, há sempre uma individualidade do adorador com Deus, o que, claro, deve ser pesado por quem adora. Certas liberdades devem ser respeitadas, principalmente para quem conduz a adoração.

Terceiro, as músicas devem ser teologicamente ricas. Isto é raro hoje em dia apesar de ainda vermos músicas de grande riqueza teológica. Eu diria ainda mais. Acho que riqueza teológica é o básico de uma adoração. Mas e a riqueza musical? Tem muitos grupos não-cristãos que neste aspecto deixam muitos grupos de louvor no chinelo. Claro que a adoração corporativa não precisa de um aparato musical para acontecer, mas como músico, devo acrescentar que este é um aspecto importante, pois a adoração não deve nem pode acontecer de qualquer jeito. Afinal estamos adorando a Deus, a própria fonte da sabedoria.

Quarto, as músicas devem ser espiritualmente encorajadoras. Embora a nossa esperança está firmada no caráter de Deus e na verdade de seu evangelho, como diz Mark, uma parcela das músicas que ouvimos hoje em dia centraliza a esperança no próprio homem. Eu sou quem faço. Eu posso. Eu decreto! Nessa inversão de valores, descobrimos uma ironia: ao fingir adorar a Deus, o homem se auto-adora, se auto-promove, se auto-satisfaz.

Por fim, acho que é importante discutirmos mais este assunto, pois diz respeito a toda a igreja cristã. A adoração congregacional, como diz Mark, não é tão importante quanto o ouvir a palavra, mas ela, como já se sabe, permanece conosco durante os dias, durante as semanas, os anos, a vida e por fim nos acompanhará na eternidade.

Ismael Patriota

Rainha Ester

Podemos conceituar que três livros, de modo tardio, correspondem à diáspora judaica e estão situados em coordenadas fictícias. Tobias entre os deportados israelitas na Assíria, sob dominação de Salmanasar e Senaquerib; Daniel entre os deportados da Babilônia, sob Nabucodonosor e Baltasar e Ester durante a diáspora judaica na Pérsia, sob Xerxes. Os três livros juntos mais outras informações nos dão uma visão genérica da vida dos judeus durante essas diásporas. Podemos estabelecer traços comuns e outros específicos.

O problema central é a IDENTIDADE de um povo disperso e sua relação com a cultura circundante. Diferentemente a diáspora como um fato é admitido, com o qual se convive... Não se sente o afã de voltar a Israel, do Templo e do Culto! No final do livro de Tobias, Jerusalém aparece como um sonho glorioso e testamental. Os judeus convivem pacificamente com os pagãos até o irromper de uma perseguição. Personagens judeus chegam a ocupar altos postos na corte: Tobit, de passagem, como provedor de Salmanasar; Daniel por seu saber sobre-humano; e no referenciado Livro, Mardoqueu e Ester, a ponto de um judeu revelar uma conspiração contra o imperador.

No livro de Ester fica centrada a perseguição movida por um favorito plenipotenciário que tenta aniquilar o povo judeu do império. No final, diferentemente dos outros dois livros, não houve intervenção de anjos e o povo é salvo! É importante lembrar que apesar da dispersão, da imensidão heterogênea do império, o povo judeu conserva sua unidade e identidade graças à sua legislação, seus livros e sua memória histórico-cultural...

Agindo de forma conjunta não parecem ser uma minoria pobre, escrava e marginalizada e sim uma minoria diferente. De maneira alguma se rebelam contra o poder constituído, só reagem quando são agredidos.

Convém acentuar que o colorido persa é certeiro em alguns detalhes, como a sorte com seu nome persa PURIM, chamar de rainha a consorte diante da complexa organização do império (obra de Dario I).

Novamente a imagem da libertação prodigiosa de um povo escolhido de um perigo grave e iminente é novamente um tema bíblico e bastante genérico. Encontramos algum parentesco com o relato bíblico do Êxodo (Moisés & Faraó) um israelita trabalha como intermediador da salvação desse povo (Mardoqueu & Amã). Enfim; Ester é uma antítese de Jezabel; estrangeira, consorte real, com ascendente...para o bem!!!

Existe uma estrutura narrativa clara e armada em vários atos que podem ser assim esquematizados:

AMÃ MARDOQUEU
ASSUERO...........ESTER/ASSUERO.....................
MARDOQUEU AMÃ
Judeus Perseguidores

1º ATO: Assuero ocupa o centro, e se opera a mudança de consortes reais sobre um fundo: No alto, conselheiros da corte e embaixo as concubinas aspirantes

2º ATO: Mardoqueu presta ao rei um serviço notável, insuficiente para sua autopromoção ou exaltação, tanto que será necessária a intervenção de Ester.

3º ATO: A estrutura mais completa e emocionante é constituída pelo duelo entre Mardoqueu X Amã

Podemos de esse modo resumir essa “peça” de 3 atos onde seus personagens, como acontecem com freqüência em relatos da época, se acham de tal forma subordinados à ação que não tem liberdade para assumir uma personalidade própria. São figuras simples, típicas, sem relevo: O mau, o bom, a bela. O mal ambicioso e estúpido; o bom, sagaz e a bela influente. Só lembrando, que o original que lemos hoje foi escrito do hebraico, sendo que alguns comentaristas colocam sua composição na primeira época da influência helenista, por volta do século III a.C. o livro oferece indícios para ambas as interpretações e datas.

Diácono Everson Asvolinsque

Observação do professor — O livro de Ester, de fato, não menciona explicitamente a ação divina em conduzir todos os acontecimentos que levaram Ester da posição de judia (portanto, cativa) a rainha (portanto, soberana e influente). Mas a trama contém elementos muito caros à história da salvação: [1] o problema do mal que ameaça o povo da aliança; e [2] a iniciativa divina em levantar uma semente escolhida para combater esse mal e livrar os eleitos — história redentiva, enfim. Hamã e Ester são os pólos do livro, nesse aspecto. Então a história de Ester, conquanto não se encaixe formalmente na categoria de instrução (Lei) nem de profecia, ficando no grupo dos Escritos das Escrituras hebraicas (note que na Bíblia protestante o livro encerra a seção de literatura histórica!), é um evento redentivo, mesmo sem referir textualmente que foi Deus que o causou.

Quanto à data do livro: os fatos de: [1] Et 10.1-2 sugerir que Xerxes já havia morrido; [2] o livro não apresentar o menor traço de influência helenística; [3] a ausência de qualquer menção a Deus ou à lei distinguir o livro da literatura macabeana — esses fatores sugerem uma composição entre 450 e 350 a.C. (anterior, portanto, ao período helenístico). Bom trabalho e prossiga! Um abraço.

Culto ao corpo

O texto da antropóloga Mirela Berger é ótimo. Quando terminamos, praticamente vemos diante de nossos olhos o retrato da sociedade atual. A importância de estar fisicamente bem, a cobrança social, o apelo da mídia, as vitrines dos shoppings, a exposição do corpo, a influência da TV e dos amigos, até mesmo na competição por um trabalho, o corpo como bem de consumo, o enorme esforço individual requerido e até mesmo nosso clima tropical, tudo enfim que hoje causa no Brasil esse frenesi do culto ao corpo é muito bem concluído pela Mirela com o texto de José Rodrigues, do livro O corpo na história:
O indivíduo acaba por sentir em si o mal-estar silencioso derivado da talvez mais hermética das prisões, aquela que se constitui quando o homem passa a ser um carcereiro de si próprio, vivendo na ilusão de ser livre.

Ao terminarmos o texto, vemos a grande diferença que Cristo faz à sociedade. Veja que não é preciso ser cristão para perceber a prisão daqueles que cultuam o corpo hoje em dia. Quando fiz Filosofia da Música na universidade, ficou claro também: há um grande problema com a sociedade atual. Nós cristãos sabemos o porquê. É interessante no texto o ritual ao qual se submetem aqueles que querem fazer parte desse mundo do culto ao corpo: primeiro tem de haver uma separação do indivíduo do grupo dos não malhadores, por exemplo. Depois, a transição do aprendizado das novas regras, novos hábitos de vida. E, enfim, a consagração daquele que é agora um “malhador”. Aqui eu quero deixar bem claro que eu incentivo o cuidar do corpo, acho que é importante e que nada tenho (nem a Bíblia tem) contra o viver bem e o estar bem. O problema é que isto virou um culto em nossa sociedade e o corpo agora é tratado como bem de consumo. O que constatamos com o texto da Mirela é que aqueles que entram nesse ritual colocam sobre si um enorme peso, uma carga que posteriormente vai custar caro.

Cristo nos livra dos pesos que a sociedade tenta impor, das ilusões que tantos alimentam. Ele nos livra desses conceitos perniciosos que nada instruem sobre a vida ou sobre Deus. As palavras e conceitos vazios felizmente não iludem quem teve um verdadeiro encontro com Cristo. Cada vez que nos aproximamos de Deus percebemos o quanto custa caro trocar seus valores estéticos pelos valores estéticos do mundo, o quanto pesa ir contra seus conselhos. Fico triste em ver tanta gente com tanto peso sobre os ombros, com tanta coisa para carregar. Para nós, cristãos, fica a responsabilidade de mostrar as palavras de Jesus: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e achareis descanso para as vossas almas”. Acho que Emily Brontë resumiu a minha posição nessa questão ao finalizar seu poema Remembrance:

‘…How could I seek the empty world again?”

Ismael Patriota
 
Observação do professor — A declaração do José Rodrigues sobre tornar-se carcereiro de si próprio é bastante contundente. E a Emilly Brontë era linda, ein? Bom trabalho! Um abraço.

Um comentário:

  1. sempre fui fã da emily. das três irmãs, me identifico mais com ela...seu Wuthering heights é uma obra prima!

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