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terça-feira, 20 de julho de 2010

Beleza: encontro com a realidade

© Photobucket.com

Salve salve meus amigos!

E então encerramos o curso de Estética: uma visão bíblica. Espero que vocês estejam vendo o mundo com outros olhos! Durante essas 15 semanas tivemos vislumbres magníficos da glória de Deus, nas pequenas e nas grandes coisas, no ordinário e no incomum, no leve e no pesado, no visível… e no que só se pode ver pela fé. Estou feliz pelo que já vi.

A beleza de Deus, sua glória e poder, trouxe-nos à realidade de quem Ele é e quem nós somos, dissipando as nuvens da descrença, do desespero e do desamor. O ser humano frequentemente se embrutece quando privado do belo, do bom e do verdadeiro. Incapaz de discernir a verdade das coisas, ergue ídolos para si que, longe de lhe darem amor, lhe aumentarão as ilusões e o farão ainda mais bruto e capaz de afundar cada dia um metro, cada mês um abismo, cada ano uma vida inteira desperdiçada longe de Deus.

Contra essas trevas, os cristãos proclamamos: a beleza existe! Tudo que Deus fez, coroou com glória e perfeição, santificando os caminhos, as estruturas, os lugares, os sistemas — e a humanidade para o seu louvor. Se a presente ordem de coisas está radicalmente diferente disso, já sabemos que se trata de uma força ilegítima, estranha, que, porém, já foi derrotada na cruz. O Reino já está entre nós.

Que vocês saiam do curso com essa visão. Que consigam interpretar o que Deus faz, que é para o nosso bem maior. Que seus corações estejam livres do perfeccionismo, do materialismo e de toda forma de pensamento contrária à beleza de Cristo.

Um grande abraço a todos que passaram pelas nossas aulas, ainda que não tenham ido até o fim, isso não importa. Deus nos ama até o fim, isso importa.

Sintam-se livres para passar adiante os textos, artigos e demais arquivos do curso, mas com uma condição: a quem entregarem, que seja com um sorriso no rosto. Com convicção, oras!

A gente se vê num próximo curso e por aí.

Um forte abraço,

Ariel

Redações dos alunos

Cidadania Celestial no Mundo de Hoje

O texto de Mateus 5. 1-20 trata daqueles que são considerados cidadãos dos céus. Algumas características são realmente marcantes e valem a pena ser comentadas. Primeiro, o contexto em que Jesus diz isso. Ele diz isso aos seus discípulos. E é um texto para discípulos. Esse texto tão comentado jamais poderá ser vivido por alguém que não tem comprometimento com o mestre. Acho que essa é a primeira lição que nós podemos aprender sobre cidadania celestial. Não importa muito de onde viemos ou para onde vamos, em certo sentido... Importa o nosso grau de lealdade ao mestre. Antigamente, na época de Jesus, os discípulos sempre andavam junto com o mestre, sempre o escutavam, sempre tentavam fazer tudo o que ele mandava. Os discípulos viviam com o mestre. Os cidadãos dos céus realmente se diferenciam por essa proximidade. Por isso esse texto é tão difícil para alguns. Somente estando conscientemente próximos d’Ele podemos passar para as bem aventuranças.

E aqui eis um texto difícil. O fato de Jesus falar de aventuranças em condições tão difíceis me faz refletir sobre até que ponto pode o homem chegar ao nível do sermão. Tolstoi é um exemplo clássico daquele que tenta, mas não consegue. Ele é um exemplo pois ele tentou. Ele é um exemplo porque ele chegou à conclusão óbvia: ninguém consegue. O padrão do reino não pode ser alcançado aqui. Mas ao contrário do que pensam alguns, eu concordo que o nosso dever como cidadãos do céu é justamente espalhar essas bem aventuranças com nossas vidas. Tentar ir além é o nosso dever. O tão famoso salto de fé é condição necessária para ser cidadão celeste. Sem fé é impossível agradar a Deus.

Agora, fica a questão. Como fica nossa cidadania celestial aqui na terra. Logicamente, não é nosso dever fugir do mundo. Os limpos de coração, os que choram, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os humildes, todos eles são bem aventurados não porque vivem sozinhos, mas porque vivem neste mundo. Eles são bem aventurados por ser sal numa terra que ainda não viu a restauração de todas as coisas. São bem aventurados porque trazem luz em meio às trevas! Nosso dever celestial é iluminar, salgar, fazer a diferença. Ninguém faz isso escondido do mundo. É o que diz os versos 14-16.

Os cidadãos do céu trazem boas novas também. A lei foi cumprida em Cristo, como diz o verso 17-19. Isso significa que uma nova era foi inaugurada. Jesus cumpriu a lei e seus discípulos agora podem apregoar esse novo reinado de paz que logo será consumado, no sentido em que ele irá invadir tudo aqui de uma vez por todas. Nossa cidadania passa por essa responsabilidade. Veja o verso 19. Mesmo aquele que não cumprir esses mandamentos, mas ensinar, tem lugar garantido neste reino. Porém, é nosso dever, como diz Jesus na parte b, observar e ensinar, buscar ser esse grande homem do reino do céu.

Concluindo, toda vez que eu leio esse texto, eu tento fazer uma conexão com o primeiro verso de Mateus. Quando Jesus se assenta e começa a ensinar seus discípulos, ele já via o futuro, ele já via nossas vidas. Nós não temos nem podemos ver o futuro, mas é como já disse alguém: o professor se eterniza, embora ele não saiba até onde ele chegará. Há, como sempre, e aqui também, nas escrituras essa tendência de enxergar o futuro, de apontar para uma nova era. Mas eu acho que nem lá, nos céus, poderemos compreender o quanto somos importantes, o quanto nós ensinamos ao mundo, o quanto de beleza trazemos ao nosso redor...

Ismael Patriota

Observações do professor — Caríssimo:

  • A proximidade do Mestre faz toda a diferença. Cristo está conosco todos os dias; nesse aspecto, viver as bem-aventuranças deixa de ser uma meta inatingível e torna-se estilo de vida para o cristão. Ninguém está dizendo que é fácil.
  • Tolstoi não conseguiu porque ele não bebia da graça, mas de um enfadonho perfeccionismo. Mas a graça de Deus é capaz de tudo…
  • Só num mundo podre como esse a fé da Igreja pode ser testada, exercitada, questionada. Nosso amor e gratidão a Cristo não seriam os mesmos se não fôssemos submetidos a toda espécie de adversidade, e nossas próprias contradições não fossem expostas. Quem mais perdão e graça recebeu, demonstrou maior amor (Lc 7.36-50).
  • É, Cristo é o maior exemplo para nós.
  • Ensinar sem praticar é hipocrisia, uma coisa muito feia…
  • A Escritura, de fato, apresenta a “tendência” de apontar o futuro; ainda bem! A fé é escatológica; mas nunca utópica ou sonhadora. Mateus 5 é padrão de conduta para o cristão hoje, pois o Reino já foi inaugurado.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Gênese de uma nova criação

Salve salve meus caros!

À medida que nos aproximamos do fim deste curso, quero propor uma volta ao início. Às origens. O texto de João 1 visto no domingo passado mantém-nos a visão em perspectiva: o passado que Deus inaugurou “no princípio” e o futuro que ele gerou em Cristo – ao mesmo tempo gênese nova e uma retomada.

Deus nunca abandonou sua criação, nunca desistiu de sua obra, sempre interveio. Muito embora o cenário original, que era “muito bom”, tenha se corrompido em trevas espessas, ele restaurou todas as coisas em Cristo. A missão do Verbo é essa: buscar o que se havia perdido (Lucas 19.10). A missão da Igreja é essa. O Reino avança, resgatando milhares da miséria, das drogas, do desespero, do desamor. Do vazio. Porque onde não há luz só resta o vácuo tenebroso.

Esse foi um dos textos que mais me marcou ao elaborar o curso. Comparando os cenários de Gênesis 1 e João 1, ressalta evidente que Deus não estava brincando com o mundo ao enviar Cristo para tabernacular entre nós. Ele veio e nos trouxe as grandes bênçãos da aliança: graça e verdade, em ampla plenitude (João 1.14). Urge chegar aos pés do Verbo, pela fé, pois a beleza de Deus faz muita falta por aqui.

Que assunto você mais gostou de discutir na aula passada:

  • A cristologia atemporal de João?
  • O novo nascimento como uma geração de cima?
  • Que Cristo dá a vida e também a preserva com sua luz?

Comente! No próximo domingo encerraremos esta lição e o curso, fazendo um voo panorâmico pela estrutura que construímos até agora. Até lá!

Em Cristo

Seu colega

domingo, 4 de julho de 2010

Dor e beleza: a ironia da cruz


© Codybateman.org

Salve salve meus caros!

Estou sentindo falta dos comentários de vocês. Vamos lá, gente!

A duas aulas do final, já posso dizer que minha visão de vida cristã mudou, e para muuuuito melhor. Não é porque sou professor do curso, que “sei” do conteúdo; e ainda que soubéssemos, teríamos muito mais a aprender (e praticar). No entanto, ver a beleza do que Deus fez e está fazendo fortalece nossa esperança, e nos permite apreciar as bênçãos que ele já derramou em nós no dia de hoje. E como é belo o dia de hoje!

Essa última aula falou muito ao meu coração. Vendo a beleza do que Cristo se dispôs a fazer, e da forma radical que fez, me dei conta de que da minha vida Ele não abre mão assim tão facilmente quanto muitas vezes já pensei, em momentos de dificuldades e angústias. Mas agora leio: “O castigo que nos traz a paz estava sobre ele…” O que pode ser mais importante e fundamental do que isso?

Por essa paz tão almejada ele suportou uma dor excruciante, erroneamente interpretada pelo mundo como um castigo merecido! Mas sabemos que foi por nós (Is 53.5). Essa perspectiva só se adquire pela fé. É o essencial invisível aos olhos.

Se depois desse curso você tiver sua fé e gratidão ao Senhor aumentados, então teremos alcançado nossos objetivos.

Um abraço, fiquem com Deus, e ótima semana!

Em Cristo

Seu colega

terça-feira, 29 de junho de 2010

A meta da história

 
Salvador Dalí, A persistência da memória (1931)

Salve salve amigos!

Nesta parte final do curso, estamos vendo aspectos importantes a respeito de Cristo. No domingo passado vimos sua majestade conforme retratada no episódio da transfiguração (Mateus 17). Um ponto que sobressai é o alto custo de sofrimento que Cristo sabia que iria pagar, visto como consequência última e inevitável prevista na Lei e nos profetas. O drama da redenção estava se aproximando do clímax.

O cristão não deve, nunca, deixar escapar os meta-sentidos da vida. Vivemos neste mundo com suas contingências, mas também vivemos o Reino. Já. Por ora as duas realidades correm sobrepostas, e o reino ainda não se manifestou plenamente. Mas a história caminha (e por isso eu falo em meta-história) para esse momento.

E você, como interpreta seus projetos de vida à luz do Reino que já é e está chegando? Plantar uma árvore, escrever um livro, ter um filho… isso é a sua história. Mas não perca de vista a meta-história de Cristo.

Que assunto você mais gostou de ver na aula passada:

  • As semelhanças (e ampliações) da história com o relato de Moisés no monte (Ex 24)?
  • O sofrimento dos profetas como parte da mensagem de que o Messias também seria rejeitado?
  • Cristo como nosso herói?

Comentem! Comentem! Suas opiniões vão ficar para a posteridade!

Fiquem com Deus e uma ótima e vitoriosa semana.

Em Cristo

Seu colega

Redações dos alunos

Rainha Ester

A história de Ester se passa no contexto do reinado de Assuero. Quando Vasti se recusou a comparecer perante o Rei perante os seus convidados, terminou enforcada. Tempos depois se reuniriam em Susã as jovens que concorreriam ao cargo de Rainha. Ester, criada por Mordecai, estava entre elas. A bíblia diz que Ester foi a mais amada perante o Rei, dentre todas as mulheres.

Tempos depois ela ficaria sabendo por meio de Mordecai, de um plano secreto para matar Assuero. Ester iria dar a notícia pessoalmente ao Rei que tomaria as devidas providências. Mas a parte mais importante da história começa quando o Rei exalta Hamã acima de todos os príncipes, ao qual todos deveriam se prostrar. Como Mordecai não se prostrava, Hamã decide matar todo o povo judeu (Mordecai e Ester eram judeus). Ele consegue então uma ordem para aniquilar todo o povo judeu após mentir para o Rei, dizendo que eles se recusavam a obedecer às ordens reais e por isso deveriam ser aniquilados.

Após saber disto, Mordecai pede que Ester interceda perante o Rei pelo seu povo. Ester então entra com todo o povo judeu num jejum de três dias e depois se apresenta perante o Rei. Novamente encontrando graça perante ele, Ester o oferece um banquete juntamente com Hamã. Lá então o rei fica sabendo que Ester era judia e do plano arquitetado por Hamã. No final da história Hamã é enforcado e o povo judeu comemora até hoje a festa de Purim.

Após lermos o livro de Ester, percebemos que o agir de Deus permeou toda a história. Quem, a não ser Deus, poderia colocar Mordecai na hora e lugar exatos para ouvir do plano para matar o Rei, e assim, anos depois, livrá-lo da morte por meio do relato contado ao rei no dia exato que ele morreria? Quem, a não ser Deus, faria Ester achar graça perante todos, inclusive do rei, e assim interceder anos depois diante de Assuero pelo seu povo? Realmente não dorme nem dormita o guarda de Israel!

Porém devo ressaltar também o valor de Ester. Durante a leitura, fica a impressão de que ela é a protagonista de uma história importante O que quero dizer é que o autor do livro não quis exaltar o povo judeu. Pra mim, propositalmente a história se desenrola simples diante de nós, principalmente diante das atitudes de Ester: ela não precisa falar muito para cair na graça de todos, inclusive do Rei; ela se apresenta diante de Assuero (na primeira vez) sem os apetrechos que as outras candidatas usavam; todas as suas aparições nos livros são importantes e todas as suas falas não são fúteis - pelo contrário, são fundamentais para o desenrolar da história. Uma coisa que eu gostaria de destacar nela é a sua coragem. Sua beleza não a acomodou nem a tornou fútil. Ela se envolveu com questões importantes, soube valorizar uma beleza maior que a externa, mesmo não sabendo o que iria acontecer. Ester se torna então uma modelo exemplar: bonita por dentro e por fora. Uma mulher exemplar.

Observação do professor — Bom trabalho, resumiu suscintamente a vida e o papel dessa bela mulher que não era nada fútil. Boa observação de destacar a providência divina para preservar o povo da aliança. Essa lealdade pactual de Deus é o que nos sustenta… Quanto à rainha Vasti, o site bible-facts.info esclarece:

Vasti foi afastada da presença do rei e destituída do seu poder como rainha. Segundo documentos gregos da antigüidade, que chamam Vasti de Amestris, provavelmente o equivalente do seu nome em grego, ela foi deposta em 484/483 a.C., mas aparece outra vez como a rainha mãe durante o reinado do filho Artaxerxes, que sucedeu a Xerxes. Se isso realmente aconteceu, é provável que ela tenha voltado a ter a influência que tinha depois da morte de Ester, quando seu filho estava no trono.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Venha o teu reino

Salve salve meus queridos!

Uma coisa que me gratifica deveras neste curso é ver mentes e corações inflamados de entusiasmo por alguma ideia que, outrora esquecida, eis que ressurge como que descoberta pela primeira vez. Como a da aula passada. Quebrar a mitologia da Nova Jerusalém como cidade encantada de ruas de ouro e cristal para enxergar a realidade por trás do símbolo. Contemplar o reino de Deus em sua glória futura e, mais que isso, ver a si próprio lá pela fé.

Essa perspectiva é purificadora: elimina qualquer desânimo que se tenha com as dificuldades desta vida. Ergue-nos a cabeça.

Como somos estetas (que cristão não é?), afirmamos: a beleza é uma forma de resistência e uma predição do triunfo de Deus contra toda essa miséria e mediocridade que grassam por aí. Mas estão com os dias contados: o reino avança em silêncio. Mas avança.

Que assunto você mais gostou de ver na aula passada:

  • a correspondência das pedras da Nova Jerusalém com o peitoral do sumo sacerdote de Ex 28.15?
  • a forma da cidade análoga à do lugar santíssimo do templo (1Rs 6.20)?
  • a tensão escatológica do já/ainda não?

Comente!

Tenham uma ótima semana. E não esqueçam as atividades pendentes!

Em Cristo

Seu colega

Links

Redações dos Alunos

Seguem os últimos trabalhos de vocês.

Reino de Deus

A descrição da noiva-cidade é em grande parte inspirada na leitura do Profeta Ezequiel (40-48) sendo o seu versículo 9 de um lirismo poético lindíssimo. Avisa-nos que a minuciosa e fantástica descrição da cidade é a visão da “Noiva”, afutura “Esposa do Cordeiro” (João 3, 29). Esse dado não se encontra em Ezequiel.

Entretanto, não faltam nos Cânticos dos Cânticos imagens da amada cidade: “bela como Tersa, formosa como Jerusalém” (6,4); “teu pescoço é a torre de Davi” (4,4); “Eu sou um muro, e meus seios são como as suas torres” (8,10).

O autor de Apocalipse sob iluminação do próprio DEUS parece se interessar primeiramente pelo lado “urbano-arquitetônico” da cidade, com suas portas (Ezequiel 48, 30-35), alicerces, disposições, materiais empregados (Isaías 54, 11-12) e o conceito dimensional da mesma (Ezequiel 40,3-5). A cidade é um cubo perfeito (conforme explanado em aula). Estranho projeto arquitetônico não?

Mas o fundamental é  lembrarmos que toda beleza intrínseca ao mesmo, nos mostra sua perfeição e organização cujo cerne é o próprio SENHOR! Vejam: O cubo é considerado uma forma geométrica perfeita de tal modo como o SANTO DOS SANTOS que era um cubo revestido de ouro puro com 10 metros de total e perfeita mensurabilidade.

A Cidade reflete a perfeição da obra do SENHOR, poderia me atrever dizendo que semanticamente é uma Sancta sanctorum celestial! Onde nela impera o número doze; tanto para: tribos, apóstolos (recordamos dos 144.000 do capítulo 7 – múltiplo de 12): doze mil estádios de lado (12X12), côvados e espessura da muralha, as doze pedras preciosas do URIM-TUMIM que nos levam ao livro do Êxodo 28, 15-21 e aos doze anjos que guardavam os acessos do Jardim do Éden (Genesis 3,24). É de fundamental importância termos que essa visão em Apocalipse é um SANTOCONTRA-SENSO ARQUITETÔNICO pois a finalidade edificadora é ESPIRITUAL! A cidade não necessita de um projeto para um Templo ou mesmo de um, porque a presença do SENHOR a enche sendo ELE o próprio TEMPLO (João 2, 19-21). Tampouco precisa de luminosidade ou “luz de lâmpada” (Êxodo 25, 30-31).

Nem da luz dos 2 luzeiros da criação pois será como a Jerusalém descrita por Isaías 60, 1-3 e 19-20: “não terás mais o sol como luz do dia, nem o clarão da lua te iluminará, porque o SENHOR será a tua LUZ PERPÉTUA”.

Cumpre-se perfeitamente a profecia onde um novo universo é anunciado (Isaias 65, 17,22 e 66) com todo o seu contexto onde o centro é uma nova humanidade totalmente diferente, onde o MAR que desaparece é o oceano primordial representando o caótico e/ou rebelde (Salmos 74, 13-14; 93,3-4). Pelo AMOR do CORDEIRO à nova Jerusalém. O resto, a história turbulenta e agitada, passou e acabou. Abrangendo-a inteira, história e criação onde habita aquele que é: “princípio e fim” (1,8), o alfabeto inteiro de tudo quanto se possa nomear (Isaías 44,6 e 48,12). “Dá a beber de GRAÇA” (Isaías 55,1): só exige; que tenham sede do manancial da vida (João 7,37; Jeremias 2,13 e Ezequiel 47).

Fecha-se o ciclo da herança tanto vetero como neo-testamentária ressoando em perfeita e linda harmonia.

Diácono Everson Asvolinsque

Observação do professor — Caro Asvolinsque, seu texto enseja os seguintes comentários:

  • Ezequiel enxergou a realidade espiritual projetada no futuro como um perfeito alinhamento do povo com o Deus da aliança. Só que, enquanto ele descreve esse alinhamento com base no referencial da Velha Aliança, João, no Apocalipse, o vê nos termos atualizados da Nova. Ambas as visões falam da grandeza, perfeição e vitória do reino de Deus sobre todos os seus inimigos. Naturalmente você deve considerar, como Paulo, que as realidades do passado eram sombras das coisas futuras, que vieram e se estabeleceram com Cristo (Cl 2.16-17). O último slide da apresentação do cap.6 ("A beleza do reino de Deus - escatologia e beleza") fala um pouco sobre as assimetrias trazidas pelo Reino — coisas que deixam o passado para trás. Dê uma olhada no arquivo, que está na pasta Estética.
  • Não simpatizo muito com a aplicação de textos de Cantares como referências espirituais ao Reino. Falta base exegética para relacionar. O que há em comum com o reino de Deus é a natureza pactual dos dois relacionamentos: o casamento (da sulamita) e a aliança dos crentes com Cristo. Ambos são pactos de amor e fidelidade.
  • Quando João e Ezequiel, conscientemente empregando linguagem simbólica, chegam a detalhes estruturais como ruas, portas, pátios, etc., aparentemente descrevendo o micro, na verdade falam do macro: de perfeição, sabedoria e excelência. Veja, em Ezequiel, as referências à simetria dos elementos, como em 40:10,24,28 etc. Em João a coisa se repete, com uma cidade quadrangular, 3 muros de cada lado, etc. Ambos os profetas relatam estruturas cujas dimensões medidas em muito ultrapassam a escala normal de tamanho das construções comuns. Estamos diante de uma realidade ampliada. Profeticamente: o reino que Deus preparou é infinitamente maior e mais extraordinário do que possamos imaginar.
  • Quanto aos números (12, 144 mil etc): números indicam quantidade, certo? Em linguagem simbólica essa noção se converte no peso, ou importância das coisas. Quando postos lado a lado, números diferentes em grandeza dão uma ideia do peso relativo de cada uma das partes. No caso do templo de Ezequiel e da Nova Jerusalém, deve-se manter a visão do conjunto: tudo é muito grande — ok, já sabemos que o Reino virá com grande força. Mas existem coisas grandes e coisas pequenas. Podemos falar, portanto, na sabedoria divina em juntar o grande e o pequeno numa construção perfeita, bela e coesa. Unidade e diversidade.
  • Não há registro da quantidade de anjos guardando o Éden. Isso é lenda judaica.
  • O sol e a lua não serão mais necessários porque estaremos no sábado escatológico, que não tem fim. Não haverá "tarde e manhã" -- o provisório dará lugar ao eterno.
  • O mar primordial não representava um "universo rebelde" simplesmente porque, a cada passo criativo realizado, Deus declarava que tudo era "muito bom". Não houve rebeldia. Tudo transcorria conforme o planejado. O mar, assim como os luminares, pertence à velha ordem.
  • "Fecha-se o ciclo da herança tanto vetero como neo-testamentária ressoando em perfeita e linda harmonia." É isso aí.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Make love, not war

Salve salve amigos!

A gente nunca se cansa de celebrar o tema mais celebrado: o amor. Em se tratando de um curso de Estética, era inevitável, mas por uma razão que a razão conhece:  o amor permeia tudo. Deus é amor. Ele criou o universo, as flores e a música por amor. Fez o homem e a mulher por amor. E disse aos dois: “Façam!” Então façamos!
 
Poderia jurar que NÃO programei essa aula para um dia depois do dia dos namorados!

Que assunto você mais gostou de ver:
  • Salomão em alternância de papéis como rei e pastor?
  • A Sulamita se referindo ao seu casamento como uma “chama do Senhor” (Ct 8.6b), ou seja, uma aliança de amor?
  • Deus como o maior incentivador do casamento?

Comente!

Tenham uma excelente e apaixonante semana!

Em Cristo

Seu colega

Links

  • Pasta Estética
  • Artigo “Marriage” de George B. Eager na International Standard Bible Encyclopedia (texto em inglês)
  • Site do programa e-Sword, onde você pode fazer download gratuito de Bíblias, dicionários, comentários, mapas etc.

Redações dos alunos

Seguem os últimos textos escritos por vocês.

Música e adoração

No artigo intitulado Música, de Mark Dever (editora fiel) o autor ataca a visão de adoração no culto como somente aquela feita com música. Para Mark, no culto, a adoração, como é feita pela igreja como um todo, deve ser corporativa, e por isso a principal forma de adoração é o ouvir a palavra de Deus. A partir daí, Mark traz alguns conselhos sobre o momento da música neste contexto.

Primeiro, as canções funcionam como credos devocionais. Lutero mesmo já utilizava as canções para a profissão de fé do povo de Deus (quem não lembra de Castelo forte?). Isso funciona perfeitamente, pois é difícil lembrar-se da pregação do domingo retrasado mas uma melodia é difícil de ser esquecida, principalmente se cantada regularmente.

Segundo, a individualidade emocional não é o mais importante. Para Mark, aqueles que mostram que a expressão final da adoração é uma experiência emocional privativa destroem o conceito de adoração corporativa, isto é, uma adoração congregacional. Eu concordo em parte com o Mark, pois, quer queira quer não, há sempre uma individualidade do adorador com Deus, o que, claro, deve ser pesado por quem adora. Certas liberdades devem ser respeitadas, principalmente para quem conduz a adoração.

Terceiro, as músicas devem ser teologicamente ricas. Isto é raro hoje em dia apesar de ainda vermos músicas de grande riqueza teológica. Eu diria ainda mais. Acho que riqueza teológica é o básico de uma adoração. Mas e a riqueza musical? Tem muitos grupos não-cristãos que neste aspecto deixam muitos grupos de louvor no chinelo. Claro que a adoração corporativa não precisa de um aparato musical para acontecer, mas como músico, devo acrescentar que este é um aspecto importante, pois a adoração não deve nem pode acontecer de qualquer jeito. Afinal estamos adorando a Deus, a própria fonte da sabedoria.

Quarto, as músicas devem ser espiritualmente encorajadoras. Embora a nossa esperança está firmada no caráter de Deus e na verdade de seu evangelho, como diz Mark, uma parcela das músicas que ouvimos hoje em dia centraliza a esperança no próprio homem. Eu sou quem faço. Eu posso. Eu decreto! Nessa inversão de valores, descobrimos uma ironia: ao fingir adorar a Deus, o homem se auto-adora, se auto-promove, se auto-satisfaz.

Por fim, acho que é importante discutirmos mais este assunto, pois diz respeito a toda a igreja cristã. A adoração congregacional, como diz Mark, não é tão importante quanto o ouvir a palavra, mas ela, como já se sabe, permanece conosco durante os dias, durante as semanas, os anos, a vida e por fim nos acompanhará na eternidade.

Ismael Patriota

Rainha Ester

Podemos conceituar que três livros, de modo tardio, correspondem à diáspora judaica e estão situados em coordenadas fictícias. Tobias entre os deportados israelitas na Assíria, sob dominação de Salmanasar e Senaquerib; Daniel entre os deportados da Babilônia, sob Nabucodonosor e Baltasar e Ester durante a diáspora judaica na Pérsia, sob Xerxes. Os três livros juntos mais outras informações nos dão uma visão genérica da vida dos judeus durante essas diásporas. Podemos estabelecer traços comuns e outros específicos.

O problema central é a IDENTIDADE de um povo disperso e sua relação com a cultura circundante. Diferentemente a diáspora como um fato é admitido, com o qual se convive... Não se sente o afã de voltar a Israel, do Templo e do Culto! No final do livro de Tobias, Jerusalém aparece como um sonho glorioso e testamental. Os judeus convivem pacificamente com os pagãos até o irromper de uma perseguição. Personagens judeus chegam a ocupar altos postos na corte: Tobit, de passagem, como provedor de Salmanasar; Daniel por seu saber sobre-humano; e no referenciado Livro, Mardoqueu e Ester, a ponto de um judeu revelar uma conspiração contra o imperador.

No livro de Ester fica centrada a perseguição movida por um favorito plenipotenciário que tenta aniquilar o povo judeu do império. No final, diferentemente dos outros dois livros, não houve intervenção de anjos e o povo é salvo! É importante lembrar que apesar da dispersão, da imensidão heterogênea do império, o povo judeu conserva sua unidade e identidade graças à sua legislação, seus livros e sua memória histórico-cultural...

Agindo de forma conjunta não parecem ser uma minoria pobre, escrava e marginalizada e sim uma minoria diferente. De maneira alguma se rebelam contra o poder constituído, só reagem quando são agredidos.

Convém acentuar que o colorido persa é certeiro em alguns detalhes, como a sorte com seu nome persa PURIM, chamar de rainha a consorte diante da complexa organização do império (obra de Dario I).

Novamente a imagem da libertação prodigiosa de um povo escolhido de um perigo grave e iminente é novamente um tema bíblico e bastante genérico. Encontramos algum parentesco com o relato bíblico do Êxodo (Moisés & Faraó) um israelita trabalha como intermediador da salvação desse povo (Mardoqueu & Amã). Enfim; Ester é uma antítese de Jezabel; estrangeira, consorte real, com ascendente...para o bem!!!

Existe uma estrutura narrativa clara e armada em vários atos que podem ser assim esquematizados:

AMÃ MARDOQUEU
ASSUERO...........ESTER/ASSUERO.....................
MARDOQUEU AMÃ
Judeus Perseguidores

1º ATO: Assuero ocupa o centro, e se opera a mudança de consortes reais sobre um fundo: No alto, conselheiros da corte e embaixo as concubinas aspirantes

2º ATO: Mardoqueu presta ao rei um serviço notável, insuficiente para sua autopromoção ou exaltação, tanto que será necessária a intervenção de Ester.

3º ATO: A estrutura mais completa e emocionante é constituída pelo duelo entre Mardoqueu X Amã

Podemos de esse modo resumir essa “peça” de 3 atos onde seus personagens, como acontecem com freqüência em relatos da época, se acham de tal forma subordinados à ação que não tem liberdade para assumir uma personalidade própria. São figuras simples, típicas, sem relevo: O mau, o bom, a bela. O mal ambicioso e estúpido; o bom, sagaz e a bela influente. Só lembrando, que o original que lemos hoje foi escrito do hebraico, sendo que alguns comentaristas colocam sua composição na primeira época da influência helenista, por volta do século III a.C. o livro oferece indícios para ambas as interpretações e datas.

Diácono Everson Asvolinsque

Observação do professor — O livro de Ester, de fato, não menciona explicitamente a ação divina em conduzir todos os acontecimentos que levaram Ester da posição de judia (portanto, cativa) a rainha (portanto, soberana e influente). Mas a trama contém elementos muito caros à história da salvação: [1] o problema do mal que ameaça o povo da aliança; e [2] a iniciativa divina em levantar uma semente escolhida para combater esse mal e livrar os eleitos — história redentiva, enfim. Hamã e Ester são os pólos do livro, nesse aspecto. Então a história de Ester, conquanto não se encaixe formalmente na categoria de instrução (Lei) nem de profecia, ficando no grupo dos Escritos das Escrituras hebraicas (note que na Bíblia protestante o livro encerra a seção de literatura histórica!), é um evento redentivo, mesmo sem referir textualmente que foi Deus que o causou.

Quanto à data do livro: os fatos de: [1] Et 10.1-2 sugerir que Xerxes já havia morrido; [2] o livro não apresentar o menor traço de influência helenística; [3] a ausência de qualquer menção a Deus ou à lei distinguir o livro da literatura macabeana — esses fatores sugerem uma composição entre 450 e 350 a.C. (anterior, portanto, ao período helenístico). Bom trabalho e prossiga! Um abraço.

Culto ao corpo

O texto da antropóloga Mirela Berger é ótimo. Quando terminamos, praticamente vemos diante de nossos olhos o retrato da sociedade atual. A importância de estar fisicamente bem, a cobrança social, o apelo da mídia, as vitrines dos shoppings, a exposição do corpo, a influência da TV e dos amigos, até mesmo na competição por um trabalho, o corpo como bem de consumo, o enorme esforço individual requerido e até mesmo nosso clima tropical, tudo enfim que hoje causa no Brasil esse frenesi do culto ao corpo é muito bem concluído pela Mirela com o texto de José Rodrigues, do livro O corpo na história:
O indivíduo acaba por sentir em si o mal-estar silencioso derivado da talvez mais hermética das prisões, aquela que se constitui quando o homem passa a ser um carcereiro de si próprio, vivendo na ilusão de ser livre.

Ao terminarmos o texto, vemos a grande diferença que Cristo faz à sociedade. Veja que não é preciso ser cristão para perceber a prisão daqueles que cultuam o corpo hoje em dia. Quando fiz Filosofia da Música na universidade, ficou claro também: há um grande problema com a sociedade atual. Nós cristãos sabemos o porquê. É interessante no texto o ritual ao qual se submetem aqueles que querem fazer parte desse mundo do culto ao corpo: primeiro tem de haver uma separação do indivíduo do grupo dos não malhadores, por exemplo. Depois, a transição do aprendizado das novas regras, novos hábitos de vida. E, enfim, a consagração daquele que é agora um “malhador”. Aqui eu quero deixar bem claro que eu incentivo o cuidar do corpo, acho que é importante e que nada tenho (nem a Bíblia tem) contra o viver bem e o estar bem. O problema é que isto virou um culto em nossa sociedade e o corpo agora é tratado como bem de consumo. O que constatamos com o texto da Mirela é que aqueles que entram nesse ritual colocam sobre si um enorme peso, uma carga que posteriormente vai custar caro.

Cristo nos livra dos pesos que a sociedade tenta impor, das ilusões que tantos alimentam. Ele nos livra desses conceitos perniciosos que nada instruem sobre a vida ou sobre Deus. As palavras e conceitos vazios felizmente não iludem quem teve um verdadeiro encontro com Cristo. Cada vez que nos aproximamos de Deus percebemos o quanto custa caro trocar seus valores estéticos pelos valores estéticos do mundo, o quanto pesa ir contra seus conselhos. Fico triste em ver tanta gente com tanto peso sobre os ombros, com tanta coisa para carregar. Para nós, cristãos, fica a responsabilidade de mostrar as palavras de Jesus: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e achareis descanso para as vossas almas”. Acho que Emily Brontë resumiu a minha posição nessa questão ao finalizar seu poema Remembrance:

‘…How could I seek the empty world again?”

Ismael Patriota
 
Observação do professor — A declaração do José Rodrigues sobre tornar-se carcereiro de si próprio é bastante contundente. E a Emilly Brontë era linda, ein? Bom trabalho! Um abraço.

domingo, 6 de junho de 2010

Interlúdio — ou sobre a existência do belo (e do feio)

Salve salve meus caros!

Qual não foi a minha surpresa ao ver que essa pausa no curso ensejou uma discussão (até filosófica) sobre coisas belas e feias!

Essas discussões não planejadas sempre me interessaram. Revelam o que vai, de fato, na nossa cabeça, que muitas vezes resiste à mudança de paradigmas trazida pela educação formal de um curso de escola dominical.

Então vejamos: o diabo existe? Isto é, existe no sentido objetivo, clássico e usual do termo? Chifres e tridente à parte, seria ele uma pessoa específica, com todos os atributos de personalidade (intelecto, emoções e vontade) e qualificadores (vil, mentiroso, dissimulado, cruel, gênio do mal e, sobretudo, adversário e tentador) que lhe têm sido sistematicamente atribuídos pela cristandade ao longo dos tempos? Ou seria o diabo um conceito primitivo carente de desmitologização para ser apresentado ao homem contemporâneo como uma representação impessoal das forças e vetores que não se alinham com o bem?

Esteticamente  isso é muito importante. Filosoficamente também. Falar do diabo é falar do mal e do feio e, assim como vimos que a bondade e o bem absolutos têm forma e organização, também cumpre responder a essa questão: o mal também tem forma e organização? Ele está ativamente empenhado contra o bem ou é simplesmente fruto da nossa ignorância e fraqueza? Mas essa ignorância e fraqueza é causada pelo quê ou por quem? Ou é uma aberração do sistema, da Matrix?

Somos estetas, mas não enxergamos (nem queremos fazer vocês enxergarem) o mundo em cor-de-rosa. Nossa responsabilidade ética é mostrar-lhes a glória de Deus (na medida de nossas finitas mas reais possibilidades), perante a qual caem todas as mentiras e filosofias que se opõem ao evangelho da graça. A beleza da verdade de Deus é tão forte que desmascara todas as mentiras e ilusões do mundo, e (voilá) dos sistemas que levaram o mundo a este estado deplorável onde o homem é o explorador do próprio homem e o bem e a justiça são suprimidos pela impiedade, ganância, insensibilidade e prevaricação aberta contra Cristo (2 Co 4.4).

A questão, do ponto de vista estético, é se esses sistemas estão organizados ou não e, em caso positivo, por que fator (pessoal ou impessoal). Cristo nos deu uma importante diretriz ao apontar a necessidade que até o mal tem de se organizar para prosperar (Mateus 12.22-32). No texto revela-se o estabelecimento de uma oposição entre dois reinos capitaneados por dois reis: o valente (v. 29) é o líder das forças que, no contexto, são contrárias ao Reino de Deus; veio, porém, o mais valente que, primeiro, amarrou o valente, depois saqueou-lhe a casa. A julgar pelo que Cristo afirma no v. 30, a oposição entre o Reino de Deus e o reino de Satanás é real, tensa e intransigível. Batalha espiritual no sentido mais cru da expressão.

Os padrões confessionais da Igreja Presbiteriana do Brasil, bem como os de várias outras denominações reformadas, claramente reconhecem a existência de Satanás como um ser pessoal, ativamente engajado em destruir a obra de Deus e iludir o mundo com mentiras. Incluí, a propósito disso, um arquivo na pasta Estética com o texto integral de nossa confissão de fé. A título de exercício, procure as ocorrências da palavra “Satanás” no texto e leia os versículos indicados. A Escritura é muito contundente a respeito, então abra o olho!

Quanto ao problema da historicidade do Jó da Bíblia, só tenho uma coisa a dizer: considerando que a mensagem do livro é que Deus é soberano,  inescrutável e justo com suas criaturas (Carlos Osvaldo Pinto, Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento, p. 433), seria absurdo se essa tese se aplicasse a um personagem de mentirinha, uma “fraude piedosa”. Então a criatura que demonstra que Deus é soberano com suas criaturas… não existe? Mas Jó é um exemplo para nós (cf. Tiago 5.11)!

Comentem!

Um forte abraço e tenham uma ótima e bela semana com Deus.

Em Cristo

Seu colega

Referências adicionais

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Riqueza e sabedoria: do material ao espiritual

Salve salve todos!

Nossa classe está ganhando novos alunos. Bem-vindos!

Quero agradecer o retorno que todos têm me dado a respeito das aulas. Já vi, por exemplo, que vocês preferem o enfoque atual dos assuntos. Eu também prefiro e acho que, num curso experimental como esse, podemos e devemos trazer a lente estética da Escritura ao dia-a-dia, hoje. Pois é o tempo que se chama hoje que precisa ser embelezado pela glória de Deus.

A propósito disso, considero a aula de ontem muito emblemática. Falamos de riquezas a partir do exemplo do rei Salomão. É uma história que desperta sentimentos muito controversos: admiração, espanto e até inveja. Afinal, ele ganhou todos aqueles benefícios da mão generosa de Deus, por pura graça. Não incomoda que Deus dê tanto a alguém, mesmo prevendo que esse alguém vá se corromper no futuro? A mim não diria que incomoda, mas que causa um surpreendente estranhamento. Por outro lado, o fundamento da graça é a boa vontade divina. Não depende do mérito humano. Ainda bem!

Cumpre atentarmos para um lado importante da questão salomônica. Ele ganhou tudo aquilo, conforme vimos, como dons capacitadores para a sua vocação de rei em Israel. À luz do contexto de Crônicas vemos Deus sinalizando que, se Israel tivesse mantido sua lealdade à aliança, muito mais riquezas teriam sido dadas a Salomão e aos seus sucessores, bem como à nação inteira. Não obstante isso, a despeito do caráter (bem) falho de Salomão, Israel foi levado a um nível de prosperidade sem precedentes.

E nós, do Israel espiritual? Nós estamos muito mais ricos! (Rm 12, I Co 12, Ef 4)

O que você achou mais interessante na aula de ontem:
  • as riquezas (as lícitas, claro) como dádivas da graça divina e, portanto, boas e santas?
  • a função redentora do dinheiro (Calvino falava em uso social das riquezas)?
  • a riqueza de Salomão e Israel como prefigurativa da riqueza espiritual da Igreja (dons espirituais, etc.)?
Comente!


Para acessar a pasta Estética, com todos os arquivos, apresentações e material extra, clique aqui.

Bjs e ótima (e rica) semana!

Em Cristo,

Seu colega

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Mulher: encarnação da beleza (de uma aula animada)

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Salve salve!

A aula de ontem foi um desafio e tanto. Como falar de mulher sem cair no óbvio? E o texto-base da “mulher virtuosa” (Provérbios 31) não revela os seus segredos de uma forma tão imediata, mas teima conosco. Aprendi: pra falar de mulher, é preciso... paciência (:-P)

Fiquei muito satisfeito com o interesse que vocês demonstraram pelo assunto, e até gostei de ver os ânimos exaltados a cada ponto levantado. Foi importante constatarmos como a Escritura tem a mulher em altíssima conta, a despeito do ambiente patriarcal em que os textos sagrados foram escritos. Essa interação entre fé e cultura precisa ser apreciada, esteticamente, sem julgamentos.

Para acessar a pasta Estética, com todos os arquivos do curso, clique aqui.

Que assunto você mais gostou na aula passada:
  • Provérbios 31 mostrando a mulher honrada e o homem honrado como pólos estéticos, espelhos que olham um para o outro?
  • a mulher retratada como provedora e co-líder com o homem?
  • a sabedoria suplantando a beleza como suprema qualidade feminina?
Comente!

Tenham todos uma ótima, bela e sábia semana com Deus.

Bjs

Seu colega

domingo, 16 de maio de 2010

A boa fronteira

Saudações meus caros!
Encerramos o cap. 2, que trata da lei divina. Nossa perspectiva deste assunto traz, espero, uma visão renovada do papel da lei em nossa vida. Vendo-a, não como fardo, mas como promessa, sentimo-nos estimulados a aceitar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus para nós: a nossa santificação (Rm 12.2).
A Teonomia cristã se opõe frontalmente ao humanismo, ao existencialismo e a todas as formas falidas de autonomia contrárias ao conhecimento de Deus e ao senhorio de Cristo. Centralizando a vontade de Deus em todas as áreas de sua vida, o cristão proclama que Cristo é o Senhor, derrubando a falsidade de todos os ídolos com o padrão eterno da vontade de Deus.
Estamos, afinal, voltando para casa…
Que assunto visto em aula você mais gostou:
  • A gama de sentimentos do salmista com referência a Deus no Sl 119?
  • O paralelismo poético empregado na poesia hebraica?
  • A lei como ponto de contato?
Fiquem com Deus e uma bela semana!
Seu colega

domingo, 9 de maio de 2010

Magnífica Lei


Salve salve, navegantes!

Obrigado aos que vieram à aula em pleno Dia das Mães, incluindo visitantes! Depois daquele saboroso café da manhã na igreja, até o professor queria permanecer no salão Paulo César para mais uma boquinha!

Do glorioso big bang às tábuas da lei, esse foi o salto teológico que fizemos, mas de uma forma poética, salmodiada... que poema traduziria toda a perfeição da Lei divina mais que o Salmo 119? Já vou avisando que esse texto dá mais caldo que Gn 1, mas teremos de ser seletivos. Enquanto em Gn 1 nós víamos o macro, o grandioso, o infinito, aqui vemos o micro, o sutil: o prazer do justo na lei do Senhor, e como ela o transforma -- para melhor, e para frente. Esse prazer e satisfação é sempre subjetivo, pessoal e intransferível. Deus se revela a cada um de uma forma especial.

Que assunto você mais gostou de ver na aula de hoje:
  • A validade eterna da lei de Deus?
  • A intenção do salmista de desenvolver o assunto à totalidade, indo de álef a tav no salmo?
  • O fato de que a Lei é uma espécie de fronteira?

A pasta Estética já está atualizada com:
  • os slides (PowerPoint) do capítulo 1;
  • o texto do capítulo 2 distribuído em classe;
  • artigos extras.

Bjs e abençoada semana!

Em Cristo

Seu colega

terça-feira, 4 de maio de 2010

O desdobramento das coisas de Deus

Saudações!

Nosso curso segue avante, vendo a beleza do que Deus criou e está criando. Creio que o primeiro capítulo do Gênesis foi um início deveras auspicioso para nós. Ele mostra como Deus tira tudo do nada. Essa lição possui inúmeras aplicações em nossas vidas.

Vimos fortes princípios estéticos relacionados a simetrias e assimetrias, duplicações e desdobramentos na forma como Deus interage com sua criação, dando-lhe uma beleza representativa de Sua santidade. E que atitudes devemos ter nós, como filhos de Deus no mundo, à vista de todas essas coisas?

O famoso teólogo Cornelius van Til certa vez afirmou: “Não há nenhum centímetro da vida do qual não diga o Senhor: é meu! Dê para mim!”

A beleza da criação é a prova cabal disso. É o selo...

Que assuntos vocês mais gostaram na aula passada?
- os temas simétricos (duplicação) e assimétricos (desdobramento) subjacentes à criação do mundo?
- o conceito de imagem de Deus como glória refletida e glória investida?
- a posição humana em sua condição ímpar de continuidade (o pó da terra) e descontinuidade (a imagem de Deus)?
- o sábado escatológico, que não tem fim?
- o descanso de Deus com sua conotação de alegria e vitória?

Para ter acesso à pasta Estética, com todos os arquivos do curso (atualizada!) clique aqui.

Estou muito feliz com estes momentos em que compartilhamos coisas tão belas e fundamentais, e creio que Deus tem edificado a nós e nos mostrado um pouco de sua glória. Isso é comida para o espírito.

Que Deus lhes dê uma ótima semana,

Seu companheiro de caminhada

domingo, 25 de abril de 2010

Esplêndida ordem




Salve salve!

Após um prolegomena estético, entramos definitivamente no estudo dos textos sagrados. Eu havia planejado apenas uma aula para o cap. 1 de Gênesis, mas já imaginava que não ia dar -- esse texto dá muito caldo! Que bom, não?

O panorama que o Gênesis oferece é um banquete para os olhos, tanto no que mostra como no que parece esconder, quase que só sugerindo... mas um olhar mais atento, aliado ao despojamento (ou pelo menos reconhecimento) dos nossos preconceitos, muito nos ajuda a contemplar a beleza do que Deus fez ao criar o Universo. Uma casa para o louvor de sua glória, um palácio consagrado ao seu Nome.

O que mais lhe chamou a atenção neste estudo?
- o contraste estético entre a fé cristã e os antigos (e modernos) mitos de criação?
- o equilíbrio entre a transcendência e a imanência de Deus?
- a estrutura de 3 reinos/3 reis que emerge da organização temática (não cronológica) do Gênesis 1?
- o fim do suposto conflito entre fé e ciência?
- as relações ecológicas complexas (com a presença da morte entre os animais antes da Queda) e o conceito de sacrifício subjacente a elas?
- o que mais? Comente!

Obrigado pela participação e comentários que vocês trazem, os quais muito enriquecem as aulas. Amo muito tudo isso!

Para quem ainda deseja participar do curso, é só vir! Todos os domingos às 9:15 na Igreja Presbiteriana de Copacabana.

Para acessar a pasta Estética com todos os textos e programa do curso, clique aqui.

Um forte abraço e uma bela semana a todos!

Seu irmão e colega

domingo, 18 de abril de 2010

Questão de Estilo


Saudações, meus caros!

Obrigado pela companhia nesta jornada. A paisagem que se abre aos nossos olhos é bela, mas exige um olhar treinado para uma apreciação completa -- e vocês aceitaram preparar o olhar. Estou certo de que está valendo a pena.

Nesta aula falamos da relação ética-estética. O que mais lhes chamou a atenção?
- a beleza como vínculo universal que liga o pequeno e o grande?
- o elo estético de cooperação entre o particular e o coletivo?
- o aspecto de prazer e satisfação da experiência religiosa?
- a beleza como meio, mensagem e sinal da santidade de todas as coisas?
- o que mais? Comente!
Para acessar a pasta Estética, com todos os arquivos do curso, clique aqui.

Aproveito para incluir as primeiras redações de vocês:

Caverno, em seu artigo, procura mostrar a presença da estética nas Escrituras, depois na natureza. Através de um pequeno percurso sobre alguns versos da bíblia, o autor demonstra que Deus não apenas se preocupou com a ética do homem, mas também que esse ensino fosse permeado pelo belo, como algo subjacente nessa lei, assim como nossa própria sede por uma estética. Não há uma definição de belo e penso que Caverno não toca nesse assunto de propósito justamente por esse senso estético estar implícito no ser humano, como o próprio autor afirma: O senso comum reconhece a formosura do arco-íris.

Podemos perceber através do texto a própria valorização que Deus dá à beleza, pois não só a Escritura é inspirada, como também ela recorre ao nosso senso estético para transmitir algumas verdades, através de alegorias, parábolas, etc. O mesmo acontece com a criação. Há uma beleza em qualquer padrão de julgamento que escolhermos para julgá-la.

Podemos concluir com o texto que esse senso estético presente nas Escrituras e na natureza nos remete diretamente a Deus. Ela não é um acidente, mas é fruto do propósito Divino e seu desígnio. Deixar de enxergar isso seja nas Escrituras ou ao nosso redor é limitar a nossa visão do próprio Deus, fonte de toda a glória e formosura. Assim, o cristão deve ser alguém que enxerga que por traz de toda beleza presente aqui na terra e nas Escrituras, está uma ainda maior, que se revelará em todo seu esplendor um dia diante de todos nós.

Ismael Lins Patriota

1. Estética na Escritura

Em toda a Escritura as alusões e citações são embelezadas por palavras e ideias que nos remetem à força e glória de Deus. Esta estética nos remete diretamente ao amor e à abstração do poder divino através de exemplos figurativos do belo relacionado ao bom. A ética e justiça a que o homem é submetido são demonstradas por essa relação através de alegorias estéticas que relacionam o belo ao comportamento que nós humanos devemos ter e considerar como bons para a nossa vida cotidiana. Em muitas passagens podemos perceber o poder da beleza de Deus transcender a virtude e a justiça para nos mostrar o caminho que devemos seguir no rumo do bem. A própria figura do Pai é sempre uma alusão a luz poderosa capazes de cegar os ímpios e curar os doentes que creem na glória dos céus.

2. Estética na Natureza

Instintivamente “adoramos” a natureza como adoramos a Deus, reconhecendo, pois, nela a beleza e bondade do nosso Pai em nos proporcionar tamanha sabedoria. Sabedoria que nos coloca a questionar a imensidão da bondade de Deus perante o infinito de matéria criada por ele e harmonizada para a alegria e glória do seu povo. Constatamos, e é fato, que a natureza sempre se recupera com uma velocidade atroz de todas as intempéries meteorológicas tais como raios, enchentes, secas, queimadas. Sempre que a terra seca é regada pela água divina vindo dos céus, o solo agradece e nos deslumbra com suas facetas multicoloridas de pastagens, flores, árvores, córregos e rios. Toda a natureza a todo tempo nos demonstra formas divinas de trabalhar e agir, contudo a humanidade em face do seu crescimento e ambição tende a destruir e massacrar com o belo, agindo com maldade e interferindo na ética humana e na justiça de Deus.
Antonio Marcos Borges Modesto


O bom e o belo

No princípio Deus criou o céu e a terra.

O livro de Gênesis nos revela um Deus criador, que possui um planejamento e o executa, através da sua palavra, do Verbo. Isso, por si só, já nos revela a beleza deste Deus criativo que usa da palavra para criar a luz, os mares, a terra, a vida e, no auge da criação, o homem e a mulher, a quem Deus faz a sua imagem e semelhança, isto é, com capacidade de criar, de se expressar e se relacionar através da linguagem e com o dom da liberdade.

Deus cria todas as coisas para serem boas e, portanto, belas. Quando o Senhor contempla o que criou repete que isso é bom, ou seja, prazeroso e bonito. Quando lemos Gênesis e imaginamos este livro quadro a quadro, como se fosse um filme, não há quem fique indiferente à beleza da narrativa e das imagens.

Imaginar o caos e o Espírito de Deus pairando sobre as águas; o verbo sendo pronunciado para dar início ao processo gerador de toda a natureza em sua complexidade de células, moléculas e suas relações entre si; o verbo pronunciado com a voz de Deus, voz descrita em Apocalipse 14:2 como: Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem a sua harpa; a criação da luz e a possibilidade das cores, a criação do firmamento, dos mares e da terra, e de tudo que neles há, e por fim a criação do homem e da mulher, nos revelando um Deus que se relaciona e que deseja se relacionar, com toda sua criação.

É possível imaginar maior beleza do que esta? Talvez sim, quando entendemos que dentro do seu plano de criação, Deus planejou também a nossa salvação, pois sem que Ele houvesse dito: Haja cruz!, como o Senhor poderia criar o homem e a mulher a sua imagem e semelhança, tendo nos dado o dom da liberdade?

Deus nos criou para dominarmos a natureza; temos, pois, uma responsabilidade para com a criação do Senhor, para com a beleza que o Senhor nosso Deus criou, da mesma forma, para com nós mesmos e com nosso próximo. Toda criação está integrada, é preciso que entendamos isto de uma vez por todas para que as futuras gerações possam, da mesma forma, contemplarem a criação de Deus com respeito que é devido a sua obra.
Cynthia Lopes


A ética e a estética são ramos tradicionais da filosofia. Elas também são analisadas a luz da Bíblia no campo da teologia crista. A ética estuda os deveres dos homens para com Deus e para com o próximo. A estética do grego aisthesis "sensação" veio designar formas de beleza ou a teoria da beleza ou da arte. 

Nossa sociedade a cada dia que passa tem se embriagado com a estética em detrimento da ética. O padrão de beleza imposto em nossa cultura tem formado uma ditadura violenta que mata, exclui e aleija, portanto quem não entra dentro do padrão estabelecido por Deus.

Estamos vendo a cada dia a ética sendo engolida pela estética com suas ramificações altamente questionáveis. A cultura do corpo, tão forte na mídia, tem estabelecido um paradigma profano pois tudo que inferioriza o ser humano faz do seu mundo um peso e uma amargura é profanação!

Karl Max disse que a religião é o ópio do povo, porém se ele vivesse nos nossos dias ele iria mudar o seu discurso e diria que a estética mal usada é embriagante e esconde na realidade a feiúra do coração. 

Muitas pessoas dão ênfase demasiada ao exterior e esquecem do interior. Todo mundo tem a sua cosmovisao (visão do mundo). Como é bonito ver praias, arco-íris, os luminares enfim; mas esquecem que são obras da criação do próprio Deus... 

É muito bonito ver todas essas manifestações pós-modernas do avanço da tecnologia e das artes, o classicismo na música a diminuição da distância pela Internet e por aí vai. Porém como é feio vermos um mundo bonito sem ética, sem amor, sem perdão, sem misericórdia, sem consideração pelo próximo, sem fé porque a fé tem haver com a ética cristã, pois segundo a Bíblia é dever de todo o homem temer a Deus e a Cristo. 

Devemos admitir uma coisa; a estética sem a ética fica feia e monótona como também a ética sem a estética fica incolor destemperada. Não existe nada mais estético e ético do que olhar para vida sob a perspectiva de Deus e aprender realmente com Ele, que a vida é bela; pois é dádiva do Criador. Devemos sim; reconsiderar o que é belo, o que é estético e o que é ético... 

É verdade que a mídia e a sociedade de consumo querem nos empurrar goela abaixo o seu conceito de uma ética narcisista. Porém o verdadeiro conceito de beleza ética está na vida celebrada e vivida dia a dia na presença daquele que é único e totalmente santo; o nosso Deus! 

Ele é maravilhoso sua beleza não tem fim e seu poder é eterno. Ele sim e não o “filosofar” dessa sociedade fugaz são parâmetros e fonte de ensinamento e vida pois somente em Deus podemos encontrar a verdadeira fusão perfeita entre a ética e a estética e é justamente nesse vácuo que nossa sociedade irá encontrar o verdadeiro “hedonismo cristão” que nada mais é do que viver a verdadeira felicidade em Cristo Jesus. 

Diácono Everson Asvolinsque

domingo, 11 de abril de 2010

Beleza em movimento


Oi de novo!

Foi um prazer tê-los na aula_01. Pus o “underline” (ê palavrinha feia) para enfatizar que o curso começou no mundo real e se prolonga no virtual. A gente vai se falando...

Qual assunto vocês mais gostaram, e por quê?
- a relação entre Deus e o homem - o “de glória em glória”?
- a relação entre Deus e a natureza - “tudo formoso a seu tempo”?
- a responsabilidade do homem no mundo como sacerdote?

Não se esqueçam de ler o texto “Beleza” do Caverno e fazer sua pequena redação. Para acessar a pasta Estética, clique aqui.

Senti falta de algumas pessoas. Ainda está em tempo! E tragam mais amigos!

Foi ótimo conversar sobre tantos assuntos com vocês. Que tudo seja para a glória de Deus — nossa aspiração e objetivo maior.

Bjs!

Seu colega

domingo, 28 de março de 2010

Salve salve!




Bem-vindos!

É com imensa alegria que abrimos este espaço para falar de coisas bonitas... realmente bonitas. O estudo da Estética pela ótica cristã reformada abre-nos os olhos e o coração para reconhecermos a beleza de tudo o que Deus fez e continua fazendo. Em última análise, tributamos glória a Ele. Para o cristão, nada é mais importante ou essencial do que isto.

Este curso de Estética - uma Visão Bíblica é um oferecimento da Igreja Presbiteriana de Copacabana, franqueado a todos os interessados em discutir as manifestações do belo, pela ótica da Teologia Reformada. Como se trata de um curso experimental, montado a partir de desejos, impressões, notas aqui e ali e alguma pesquisa bibliográfica, avisamos aos navegantes que sabemos para onde queremos ir, mas o caminho... é uma surpresa - a começar por este que vos escreve!

Fiquem à vontade para escrever também. Vamos "causar"!

Para começar, segue o link para o artigo Beauty, de C. Caverno, que consta na International Standard Bible Encyclopedia. Tão logo finalizemos a tradução, vamos disponibilizá-la aqui.

Para acessar a pasta Estética, com todos os arquivos do curso clique aqui.

Que Deus os abençoe e embeleze suas vidas cada dia mais.

Um abraço,

Seu co-aprendiz.