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terça-feira, 20 de julho de 2010

Beleza: encontro com a realidade

© Photobucket.com

Salve salve meus amigos!

E então encerramos o curso de Estética: uma visão bíblica. Espero que vocês estejam vendo o mundo com outros olhos! Durante essas 15 semanas tivemos vislumbres magníficos da glória de Deus, nas pequenas e nas grandes coisas, no ordinário e no incomum, no leve e no pesado, no visível… e no que só se pode ver pela fé. Estou feliz pelo que já vi.

A beleza de Deus, sua glória e poder, trouxe-nos à realidade de quem Ele é e quem nós somos, dissipando as nuvens da descrença, do desespero e do desamor. O ser humano frequentemente se embrutece quando privado do belo, do bom e do verdadeiro. Incapaz de discernir a verdade das coisas, ergue ídolos para si que, longe de lhe darem amor, lhe aumentarão as ilusões e o farão ainda mais bruto e capaz de afundar cada dia um metro, cada mês um abismo, cada ano uma vida inteira desperdiçada longe de Deus.

Contra essas trevas, os cristãos proclamamos: a beleza existe! Tudo que Deus fez, coroou com glória e perfeição, santificando os caminhos, as estruturas, os lugares, os sistemas — e a humanidade para o seu louvor. Se a presente ordem de coisas está radicalmente diferente disso, já sabemos que se trata de uma força ilegítima, estranha, que, porém, já foi derrotada na cruz. O Reino já está entre nós.

Que vocês saiam do curso com essa visão. Que consigam interpretar o que Deus faz, que é para o nosso bem maior. Que seus corações estejam livres do perfeccionismo, do materialismo e de toda forma de pensamento contrária à beleza de Cristo.

Um grande abraço a todos que passaram pelas nossas aulas, ainda que não tenham ido até o fim, isso não importa. Deus nos ama até o fim, isso importa.

Sintam-se livres para passar adiante os textos, artigos e demais arquivos do curso, mas com uma condição: a quem entregarem, que seja com um sorriso no rosto. Com convicção, oras!

A gente se vê num próximo curso e por aí.

Um forte abraço,

Ariel

Redações dos alunos

Cidadania Celestial no Mundo de Hoje

O texto de Mateus 5. 1-20 trata daqueles que são considerados cidadãos dos céus. Algumas características são realmente marcantes e valem a pena ser comentadas. Primeiro, o contexto em que Jesus diz isso. Ele diz isso aos seus discípulos. E é um texto para discípulos. Esse texto tão comentado jamais poderá ser vivido por alguém que não tem comprometimento com o mestre. Acho que essa é a primeira lição que nós podemos aprender sobre cidadania celestial. Não importa muito de onde viemos ou para onde vamos, em certo sentido... Importa o nosso grau de lealdade ao mestre. Antigamente, na época de Jesus, os discípulos sempre andavam junto com o mestre, sempre o escutavam, sempre tentavam fazer tudo o que ele mandava. Os discípulos viviam com o mestre. Os cidadãos dos céus realmente se diferenciam por essa proximidade. Por isso esse texto é tão difícil para alguns. Somente estando conscientemente próximos d’Ele podemos passar para as bem aventuranças.

E aqui eis um texto difícil. O fato de Jesus falar de aventuranças em condições tão difíceis me faz refletir sobre até que ponto pode o homem chegar ao nível do sermão. Tolstoi é um exemplo clássico daquele que tenta, mas não consegue. Ele é um exemplo pois ele tentou. Ele é um exemplo porque ele chegou à conclusão óbvia: ninguém consegue. O padrão do reino não pode ser alcançado aqui. Mas ao contrário do que pensam alguns, eu concordo que o nosso dever como cidadãos do céu é justamente espalhar essas bem aventuranças com nossas vidas. Tentar ir além é o nosso dever. O tão famoso salto de fé é condição necessária para ser cidadão celeste. Sem fé é impossível agradar a Deus.

Agora, fica a questão. Como fica nossa cidadania celestial aqui na terra. Logicamente, não é nosso dever fugir do mundo. Os limpos de coração, os que choram, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os humildes, todos eles são bem aventurados não porque vivem sozinhos, mas porque vivem neste mundo. Eles são bem aventurados por ser sal numa terra que ainda não viu a restauração de todas as coisas. São bem aventurados porque trazem luz em meio às trevas! Nosso dever celestial é iluminar, salgar, fazer a diferença. Ninguém faz isso escondido do mundo. É o que diz os versos 14-16.

Os cidadãos do céu trazem boas novas também. A lei foi cumprida em Cristo, como diz o verso 17-19. Isso significa que uma nova era foi inaugurada. Jesus cumpriu a lei e seus discípulos agora podem apregoar esse novo reinado de paz que logo será consumado, no sentido em que ele irá invadir tudo aqui de uma vez por todas. Nossa cidadania passa por essa responsabilidade. Veja o verso 19. Mesmo aquele que não cumprir esses mandamentos, mas ensinar, tem lugar garantido neste reino. Porém, é nosso dever, como diz Jesus na parte b, observar e ensinar, buscar ser esse grande homem do reino do céu.

Concluindo, toda vez que eu leio esse texto, eu tento fazer uma conexão com o primeiro verso de Mateus. Quando Jesus se assenta e começa a ensinar seus discípulos, ele já via o futuro, ele já via nossas vidas. Nós não temos nem podemos ver o futuro, mas é como já disse alguém: o professor se eterniza, embora ele não saiba até onde ele chegará. Há, como sempre, e aqui também, nas escrituras essa tendência de enxergar o futuro, de apontar para uma nova era. Mas eu acho que nem lá, nos céus, poderemos compreender o quanto somos importantes, o quanto nós ensinamos ao mundo, o quanto de beleza trazemos ao nosso redor...

Ismael Patriota

Observações do professor — Caríssimo:

  • A proximidade do Mestre faz toda a diferença. Cristo está conosco todos os dias; nesse aspecto, viver as bem-aventuranças deixa de ser uma meta inatingível e torna-se estilo de vida para o cristão. Ninguém está dizendo que é fácil.
  • Tolstoi não conseguiu porque ele não bebia da graça, mas de um enfadonho perfeccionismo. Mas a graça de Deus é capaz de tudo…
  • Só num mundo podre como esse a fé da Igreja pode ser testada, exercitada, questionada. Nosso amor e gratidão a Cristo não seriam os mesmos se não fôssemos submetidos a toda espécie de adversidade, e nossas próprias contradições não fossem expostas. Quem mais perdão e graça recebeu, demonstrou maior amor (Lc 7.36-50).
  • É, Cristo é o maior exemplo para nós.
  • Ensinar sem praticar é hipocrisia, uma coisa muito feia…
  • A Escritura, de fato, apresenta a “tendência” de apontar o futuro; ainda bem! A fé é escatológica; mas nunca utópica ou sonhadora. Mateus 5 é padrão de conduta para o cristão hoje, pois o Reino já foi inaugurado.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Gênese de uma nova criação

Salve salve meus caros!

À medida que nos aproximamos do fim deste curso, quero propor uma volta ao início. Às origens. O texto de João 1 visto no domingo passado mantém-nos a visão em perspectiva: o passado que Deus inaugurou “no princípio” e o futuro que ele gerou em Cristo – ao mesmo tempo gênese nova e uma retomada.

Deus nunca abandonou sua criação, nunca desistiu de sua obra, sempre interveio. Muito embora o cenário original, que era “muito bom”, tenha se corrompido em trevas espessas, ele restaurou todas as coisas em Cristo. A missão do Verbo é essa: buscar o que se havia perdido (Lucas 19.10). A missão da Igreja é essa. O Reino avança, resgatando milhares da miséria, das drogas, do desespero, do desamor. Do vazio. Porque onde não há luz só resta o vácuo tenebroso.

Esse foi um dos textos que mais me marcou ao elaborar o curso. Comparando os cenários de Gênesis 1 e João 1, ressalta evidente que Deus não estava brincando com o mundo ao enviar Cristo para tabernacular entre nós. Ele veio e nos trouxe as grandes bênçãos da aliança: graça e verdade, em ampla plenitude (João 1.14). Urge chegar aos pés do Verbo, pela fé, pois a beleza de Deus faz muita falta por aqui.

Que assunto você mais gostou de discutir na aula passada:

  • A cristologia atemporal de João?
  • O novo nascimento como uma geração de cima?
  • Que Cristo dá a vida e também a preserva com sua luz?

Comente! No próximo domingo encerraremos esta lição e o curso, fazendo um voo panorâmico pela estrutura que construímos até agora. Até lá!

Em Cristo

Seu colega

domingo, 4 de julho de 2010

Dor e beleza: a ironia da cruz


© Codybateman.org

Salve salve meus caros!

Estou sentindo falta dos comentários de vocês. Vamos lá, gente!

A duas aulas do final, já posso dizer que minha visão de vida cristã mudou, e para muuuuito melhor. Não é porque sou professor do curso, que “sei” do conteúdo; e ainda que soubéssemos, teríamos muito mais a aprender (e praticar). No entanto, ver a beleza do que Deus fez e está fazendo fortalece nossa esperança, e nos permite apreciar as bênçãos que ele já derramou em nós no dia de hoje. E como é belo o dia de hoje!

Essa última aula falou muito ao meu coração. Vendo a beleza do que Cristo se dispôs a fazer, e da forma radical que fez, me dei conta de que da minha vida Ele não abre mão assim tão facilmente quanto muitas vezes já pensei, em momentos de dificuldades e angústias. Mas agora leio: “O castigo que nos traz a paz estava sobre ele…” O que pode ser mais importante e fundamental do que isso?

Por essa paz tão almejada ele suportou uma dor excruciante, erroneamente interpretada pelo mundo como um castigo merecido! Mas sabemos que foi por nós (Is 53.5). Essa perspectiva só se adquire pela fé. É o essencial invisível aos olhos.

Se depois desse curso você tiver sua fé e gratidão ao Senhor aumentados, então teremos alcançado nossos objetivos.

Um abraço, fiquem com Deus, e ótima semana!

Em Cristo

Seu colega

terça-feira, 29 de junho de 2010

A meta da história

 
Salvador Dalí, A persistência da memória (1931)

Salve salve amigos!

Nesta parte final do curso, estamos vendo aspectos importantes a respeito de Cristo. No domingo passado vimos sua majestade conforme retratada no episódio da transfiguração (Mateus 17). Um ponto que sobressai é o alto custo de sofrimento que Cristo sabia que iria pagar, visto como consequência última e inevitável prevista na Lei e nos profetas. O drama da redenção estava se aproximando do clímax.

O cristão não deve, nunca, deixar escapar os meta-sentidos da vida. Vivemos neste mundo com suas contingências, mas também vivemos o Reino. Já. Por ora as duas realidades correm sobrepostas, e o reino ainda não se manifestou plenamente. Mas a história caminha (e por isso eu falo em meta-história) para esse momento.

E você, como interpreta seus projetos de vida à luz do Reino que já é e está chegando? Plantar uma árvore, escrever um livro, ter um filho… isso é a sua história. Mas não perca de vista a meta-história de Cristo.

Que assunto você mais gostou de ver na aula passada:

  • As semelhanças (e ampliações) da história com o relato de Moisés no monte (Ex 24)?
  • O sofrimento dos profetas como parte da mensagem de que o Messias também seria rejeitado?
  • Cristo como nosso herói?

Comentem! Comentem! Suas opiniões vão ficar para a posteridade!

Fiquem com Deus e uma ótima e vitoriosa semana.

Em Cristo

Seu colega

Redações dos alunos

Rainha Ester

A história de Ester se passa no contexto do reinado de Assuero. Quando Vasti se recusou a comparecer perante o Rei perante os seus convidados, terminou enforcada. Tempos depois se reuniriam em Susã as jovens que concorreriam ao cargo de Rainha. Ester, criada por Mordecai, estava entre elas. A bíblia diz que Ester foi a mais amada perante o Rei, dentre todas as mulheres.

Tempos depois ela ficaria sabendo por meio de Mordecai, de um plano secreto para matar Assuero. Ester iria dar a notícia pessoalmente ao Rei que tomaria as devidas providências. Mas a parte mais importante da história começa quando o Rei exalta Hamã acima de todos os príncipes, ao qual todos deveriam se prostrar. Como Mordecai não se prostrava, Hamã decide matar todo o povo judeu (Mordecai e Ester eram judeus). Ele consegue então uma ordem para aniquilar todo o povo judeu após mentir para o Rei, dizendo que eles se recusavam a obedecer às ordens reais e por isso deveriam ser aniquilados.

Após saber disto, Mordecai pede que Ester interceda perante o Rei pelo seu povo. Ester então entra com todo o povo judeu num jejum de três dias e depois se apresenta perante o Rei. Novamente encontrando graça perante ele, Ester o oferece um banquete juntamente com Hamã. Lá então o rei fica sabendo que Ester era judia e do plano arquitetado por Hamã. No final da história Hamã é enforcado e o povo judeu comemora até hoje a festa de Purim.

Após lermos o livro de Ester, percebemos que o agir de Deus permeou toda a história. Quem, a não ser Deus, poderia colocar Mordecai na hora e lugar exatos para ouvir do plano para matar o Rei, e assim, anos depois, livrá-lo da morte por meio do relato contado ao rei no dia exato que ele morreria? Quem, a não ser Deus, faria Ester achar graça perante todos, inclusive do rei, e assim interceder anos depois diante de Assuero pelo seu povo? Realmente não dorme nem dormita o guarda de Israel!

Porém devo ressaltar também o valor de Ester. Durante a leitura, fica a impressão de que ela é a protagonista de uma história importante O que quero dizer é que o autor do livro não quis exaltar o povo judeu. Pra mim, propositalmente a história se desenrola simples diante de nós, principalmente diante das atitudes de Ester: ela não precisa falar muito para cair na graça de todos, inclusive do Rei; ela se apresenta diante de Assuero (na primeira vez) sem os apetrechos que as outras candidatas usavam; todas as suas aparições nos livros são importantes e todas as suas falas não são fúteis - pelo contrário, são fundamentais para o desenrolar da história. Uma coisa que eu gostaria de destacar nela é a sua coragem. Sua beleza não a acomodou nem a tornou fútil. Ela se envolveu com questões importantes, soube valorizar uma beleza maior que a externa, mesmo não sabendo o que iria acontecer. Ester se torna então uma modelo exemplar: bonita por dentro e por fora. Uma mulher exemplar.

Observação do professor — Bom trabalho, resumiu suscintamente a vida e o papel dessa bela mulher que não era nada fútil. Boa observação de destacar a providência divina para preservar o povo da aliança. Essa lealdade pactual de Deus é o que nos sustenta… Quanto à rainha Vasti, o site bible-facts.info esclarece:

Vasti foi afastada da presença do rei e destituída do seu poder como rainha. Segundo documentos gregos da antigüidade, que chamam Vasti de Amestris, provavelmente o equivalente do seu nome em grego, ela foi deposta em 484/483 a.C., mas aparece outra vez como a rainha mãe durante o reinado do filho Artaxerxes, que sucedeu a Xerxes. Se isso realmente aconteceu, é provável que ela tenha voltado a ter a influência que tinha depois da morte de Ester, quando seu filho estava no trono.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Venha o teu reino

Salve salve meus queridos!

Uma coisa que me gratifica deveras neste curso é ver mentes e corações inflamados de entusiasmo por alguma ideia que, outrora esquecida, eis que ressurge como que descoberta pela primeira vez. Como a da aula passada. Quebrar a mitologia da Nova Jerusalém como cidade encantada de ruas de ouro e cristal para enxergar a realidade por trás do símbolo. Contemplar o reino de Deus em sua glória futura e, mais que isso, ver a si próprio lá pela fé.

Essa perspectiva é purificadora: elimina qualquer desânimo que se tenha com as dificuldades desta vida. Ergue-nos a cabeça.

Como somos estetas (que cristão não é?), afirmamos: a beleza é uma forma de resistência e uma predição do triunfo de Deus contra toda essa miséria e mediocridade que grassam por aí. Mas estão com os dias contados: o reino avança em silêncio. Mas avança.

Que assunto você mais gostou de ver na aula passada:

  • a correspondência das pedras da Nova Jerusalém com o peitoral do sumo sacerdote de Ex 28.15?
  • a forma da cidade análoga à do lugar santíssimo do templo (1Rs 6.20)?
  • a tensão escatológica do já/ainda não?

Comente!

Tenham uma ótima semana. E não esqueçam as atividades pendentes!

Em Cristo

Seu colega

Links

Redações dos Alunos

Seguem os últimos trabalhos de vocês.

Reino de Deus

A descrição da noiva-cidade é em grande parte inspirada na leitura do Profeta Ezequiel (40-48) sendo o seu versículo 9 de um lirismo poético lindíssimo. Avisa-nos que a minuciosa e fantástica descrição da cidade é a visão da “Noiva”, afutura “Esposa do Cordeiro” (João 3, 29). Esse dado não se encontra em Ezequiel.

Entretanto, não faltam nos Cânticos dos Cânticos imagens da amada cidade: “bela como Tersa, formosa como Jerusalém” (6,4); “teu pescoço é a torre de Davi” (4,4); “Eu sou um muro, e meus seios são como as suas torres” (8,10).

O autor de Apocalipse sob iluminação do próprio DEUS parece se interessar primeiramente pelo lado “urbano-arquitetônico” da cidade, com suas portas (Ezequiel 48, 30-35), alicerces, disposições, materiais empregados (Isaías 54, 11-12) e o conceito dimensional da mesma (Ezequiel 40,3-5). A cidade é um cubo perfeito (conforme explanado em aula). Estranho projeto arquitetônico não?

Mas o fundamental é  lembrarmos que toda beleza intrínseca ao mesmo, nos mostra sua perfeição e organização cujo cerne é o próprio SENHOR! Vejam: O cubo é considerado uma forma geométrica perfeita de tal modo como o SANTO DOS SANTOS que era um cubo revestido de ouro puro com 10 metros de total e perfeita mensurabilidade.

A Cidade reflete a perfeição da obra do SENHOR, poderia me atrever dizendo que semanticamente é uma Sancta sanctorum celestial! Onde nela impera o número doze; tanto para: tribos, apóstolos (recordamos dos 144.000 do capítulo 7 – múltiplo de 12): doze mil estádios de lado (12X12), côvados e espessura da muralha, as doze pedras preciosas do URIM-TUMIM que nos levam ao livro do Êxodo 28, 15-21 e aos doze anjos que guardavam os acessos do Jardim do Éden (Genesis 3,24). É de fundamental importância termos que essa visão em Apocalipse é um SANTOCONTRA-SENSO ARQUITETÔNICO pois a finalidade edificadora é ESPIRITUAL! A cidade não necessita de um projeto para um Templo ou mesmo de um, porque a presença do SENHOR a enche sendo ELE o próprio TEMPLO (João 2, 19-21). Tampouco precisa de luminosidade ou “luz de lâmpada” (Êxodo 25, 30-31).

Nem da luz dos 2 luzeiros da criação pois será como a Jerusalém descrita por Isaías 60, 1-3 e 19-20: “não terás mais o sol como luz do dia, nem o clarão da lua te iluminará, porque o SENHOR será a tua LUZ PERPÉTUA”.

Cumpre-se perfeitamente a profecia onde um novo universo é anunciado (Isaias 65, 17,22 e 66) com todo o seu contexto onde o centro é uma nova humanidade totalmente diferente, onde o MAR que desaparece é o oceano primordial representando o caótico e/ou rebelde (Salmos 74, 13-14; 93,3-4). Pelo AMOR do CORDEIRO à nova Jerusalém. O resto, a história turbulenta e agitada, passou e acabou. Abrangendo-a inteira, história e criação onde habita aquele que é: “princípio e fim” (1,8), o alfabeto inteiro de tudo quanto se possa nomear (Isaías 44,6 e 48,12). “Dá a beber de GRAÇA” (Isaías 55,1): só exige; que tenham sede do manancial da vida (João 7,37; Jeremias 2,13 e Ezequiel 47).

Fecha-se o ciclo da herança tanto vetero como neo-testamentária ressoando em perfeita e linda harmonia.

Diácono Everson Asvolinsque

Observação do professor — Caro Asvolinsque, seu texto enseja os seguintes comentários:

  • Ezequiel enxergou a realidade espiritual projetada no futuro como um perfeito alinhamento do povo com o Deus da aliança. Só que, enquanto ele descreve esse alinhamento com base no referencial da Velha Aliança, João, no Apocalipse, o vê nos termos atualizados da Nova. Ambas as visões falam da grandeza, perfeição e vitória do reino de Deus sobre todos os seus inimigos. Naturalmente você deve considerar, como Paulo, que as realidades do passado eram sombras das coisas futuras, que vieram e se estabeleceram com Cristo (Cl 2.16-17). O último slide da apresentação do cap.6 ("A beleza do reino de Deus - escatologia e beleza") fala um pouco sobre as assimetrias trazidas pelo Reino — coisas que deixam o passado para trás. Dê uma olhada no arquivo, que está na pasta Estética.
  • Não simpatizo muito com a aplicação de textos de Cantares como referências espirituais ao Reino. Falta base exegética para relacionar. O que há em comum com o reino de Deus é a natureza pactual dos dois relacionamentos: o casamento (da sulamita) e a aliança dos crentes com Cristo. Ambos são pactos de amor e fidelidade.
  • Quando João e Ezequiel, conscientemente empregando linguagem simbólica, chegam a detalhes estruturais como ruas, portas, pátios, etc., aparentemente descrevendo o micro, na verdade falam do macro: de perfeição, sabedoria e excelência. Veja, em Ezequiel, as referências à simetria dos elementos, como em 40:10,24,28 etc. Em João a coisa se repete, com uma cidade quadrangular, 3 muros de cada lado, etc. Ambos os profetas relatam estruturas cujas dimensões medidas em muito ultrapassam a escala normal de tamanho das construções comuns. Estamos diante de uma realidade ampliada. Profeticamente: o reino que Deus preparou é infinitamente maior e mais extraordinário do que possamos imaginar.
  • Quanto aos números (12, 144 mil etc): números indicam quantidade, certo? Em linguagem simbólica essa noção se converte no peso, ou importância das coisas. Quando postos lado a lado, números diferentes em grandeza dão uma ideia do peso relativo de cada uma das partes. No caso do templo de Ezequiel e da Nova Jerusalém, deve-se manter a visão do conjunto: tudo é muito grande — ok, já sabemos que o Reino virá com grande força. Mas existem coisas grandes e coisas pequenas. Podemos falar, portanto, na sabedoria divina em juntar o grande e o pequeno numa construção perfeita, bela e coesa. Unidade e diversidade.
  • Não há registro da quantidade de anjos guardando o Éden. Isso é lenda judaica.
  • O sol e a lua não serão mais necessários porque estaremos no sábado escatológico, que não tem fim. Não haverá "tarde e manhã" -- o provisório dará lugar ao eterno.
  • O mar primordial não representava um "universo rebelde" simplesmente porque, a cada passo criativo realizado, Deus declarava que tudo era "muito bom". Não houve rebeldia. Tudo transcorria conforme o planejado. O mar, assim como os luminares, pertence à velha ordem.
  • "Fecha-se o ciclo da herança tanto vetero como neo-testamentária ressoando em perfeita e linda harmonia." É isso aí.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Make love, not war

Salve salve amigos!

A gente nunca se cansa de celebrar o tema mais celebrado: o amor. Em se tratando de um curso de Estética, era inevitável, mas por uma razão que a razão conhece:  o amor permeia tudo. Deus é amor. Ele criou o universo, as flores e a música por amor. Fez o homem e a mulher por amor. E disse aos dois: “Façam!” Então façamos!
 
Poderia jurar que NÃO programei essa aula para um dia depois do dia dos namorados!

Que assunto você mais gostou de ver:
  • Salomão em alternância de papéis como rei e pastor?
  • A Sulamita se referindo ao seu casamento como uma “chama do Senhor” (Ct 8.6b), ou seja, uma aliança de amor?
  • Deus como o maior incentivador do casamento?

Comente!

Tenham uma excelente e apaixonante semana!

Em Cristo

Seu colega

Links

  • Pasta Estética
  • Artigo “Marriage” de George B. Eager na International Standard Bible Encyclopedia (texto em inglês)
  • Site do programa e-Sword, onde você pode fazer download gratuito de Bíblias, dicionários, comentários, mapas etc.

Redações dos alunos

Seguem os últimos textos escritos por vocês.

Música e adoração

No artigo intitulado Música, de Mark Dever (editora fiel) o autor ataca a visão de adoração no culto como somente aquela feita com música. Para Mark, no culto, a adoração, como é feita pela igreja como um todo, deve ser corporativa, e por isso a principal forma de adoração é o ouvir a palavra de Deus. A partir daí, Mark traz alguns conselhos sobre o momento da música neste contexto.

Primeiro, as canções funcionam como credos devocionais. Lutero mesmo já utilizava as canções para a profissão de fé do povo de Deus (quem não lembra de Castelo forte?). Isso funciona perfeitamente, pois é difícil lembrar-se da pregação do domingo retrasado mas uma melodia é difícil de ser esquecida, principalmente se cantada regularmente.

Segundo, a individualidade emocional não é o mais importante. Para Mark, aqueles que mostram que a expressão final da adoração é uma experiência emocional privativa destroem o conceito de adoração corporativa, isto é, uma adoração congregacional. Eu concordo em parte com o Mark, pois, quer queira quer não, há sempre uma individualidade do adorador com Deus, o que, claro, deve ser pesado por quem adora. Certas liberdades devem ser respeitadas, principalmente para quem conduz a adoração.

Terceiro, as músicas devem ser teologicamente ricas. Isto é raro hoje em dia apesar de ainda vermos músicas de grande riqueza teológica. Eu diria ainda mais. Acho que riqueza teológica é o básico de uma adoração. Mas e a riqueza musical? Tem muitos grupos não-cristãos que neste aspecto deixam muitos grupos de louvor no chinelo. Claro que a adoração corporativa não precisa de um aparato musical para acontecer, mas como músico, devo acrescentar que este é um aspecto importante, pois a adoração não deve nem pode acontecer de qualquer jeito. Afinal estamos adorando a Deus, a própria fonte da sabedoria.

Quarto, as músicas devem ser espiritualmente encorajadoras. Embora a nossa esperança está firmada no caráter de Deus e na verdade de seu evangelho, como diz Mark, uma parcela das músicas que ouvimos hoje em dia centraliza a esperança no próprio homem. Eu sou quem faço. Eu posso. Eu decreto! Nessa inversão de valores, descobrimos uma ironia: ao fingir adorar a Deus, o homem se auto-adora, se auto-promove, se auto-satisfaz.

Por fim, acho que é importante discutirmos mais este assunto, pois diz respeito a toda a igreja cristã. A adoração congregacional, como diz Mark, não é tão importante quanto o ouvir a palavra, mas ela, como já se sabe, permanece conosco durante os dias, durante as semanas, os anos, a vida e por fim nos acompanhará na eternidade.

Ismael Patriota

Rainha Ester

Podemos conceituar que três livros, de modo tardio, correspondem à diáspora judaica e estão situados em coordenadas fictícias. Tobias entre os deportados israelitas na Assíria, sob dominação de Salmanasar e Senaquerib; Daniel entre os deportados da Babilônia, sob Nabucodonosor e Baltasar e Ester durante a diáspora judaica na Pérsia, sob Xerxes. Os três livros juntos mais outras informações nos dão uma visão genérica da vida dos judeus durante essas diásporas. Podemos estabelecer traços comuns e outros específicos.

O problema central é a IDENTIDADE de um povo disperso e sua relação com a cultura circundante. Diferentemente a diáspora como um fato é admitido, com o qual se convive... Não se sente o afã de voltar a Israel, do Templo e do Culto! No final do livro de Tobias, Jerusalém aparece como um sonho glorioso e testamental. Os judeus convivem pacificamente com os pagãos até o irromper de uma perseguição. Personagens judeus chegam a ocupar altos postos na corte: Tobit, de passagem, como provedor de Salmanasar; Daniel por seu saber sobre-humano; e no referenciado Livro, Mardoqueu e Ester, a ponto de um judeu revelar uma conspiração contra o imperador.

No livro de Ester fica centrada a perseguição movida por um favorito plenipotenciário que tenta aniquilar o povo judeu do império. No final, diferentemente dos outros dois livros, não houve intervenção de anjos e o povo é salvo! É importante lembrar que apesar da dispersão, da imensidão heterogênea do império, o povo judeu conserva sua unidade e identidade graças à sua legislação, seus livros e sua memória histórico-cultural...

Agindo de forma conjunta não parecem ser uma minoria pobre, escrava e marginalizada e sim uma minoria diferente. De maneira alguma se rebelam contra o poder constituído, só reagem quando são agredidos.

Convém acentuar que o colorido persa é certeiro em alguns detalhes, como a sorte com seu nome persa PURIM, chamar de rainha a consorte diante da complexa organização do império (obra de Dario I).

Novamente a imagem da libertação prodigiosa de um povo escolhido de um perigo grave e iminente é novamente um tema bíblico e bastante genérico. Encontramos algum parentesco com o relato bíblico do Êxodo (Moisés & Faraó) um israelita trabalha como intermediador da salvação desse povo (Mardoqueu & Amã). Enfim; Ester é uma antítese de Jezabel; estrangeira, consorte real, com ascendente...para o bem!!!

Existe uma estrutura narrativa clara e armada em vários atos que podem ser assim esquematizados:

AMÃ MARDOQUEU
ASSUERO...........ESTER/ASSUERO.....................
MARDOQUEU AMÃ
Judeus Perseguidores

1º ATO: Assuero ocupa o centro, e se opera a mudança de consortes reais sobre um fundo: No alto, conselheiros da corte e embaixo as concubinas aspirantes

2º ATO: Mardoqueu presta ao rei um serviço notável, insuficiente para sua autopromoção ou exaltação, tanto que será necessária a intervenção de Ester.

3º ATO: A estrutura mais completa e emocionante é constituída pelo duelo entre Mardoqueu X Amã

Podemos de esse modo resumir essa “peça” de 3 atos onde seus personagens, como acontecem com freqüência em relatos da época, se acham de tal forma subordinados à ação que não tem liberdade para assumir uma personalidade própria. São figuras simples, típicas, sem relevo: O mau, o bom, a bela. O mal ambicioso e estúpido; o bom, sagaz e a bela influente. Só lembrando, que o original que lemos hoje foi escrito do hebraico, sendo que alguns comentaristas colocam sua composição na primeira época da influência helenista, por volta do século III a.C. o livro oferece indícios para ambas as interpretações e datas.

Diácono Everson Asvolinsque

Observação do professor — O livro de Ester, de fato, não menciona explicitamente a ação divina em conduzir todos os acontecimentos que levaram Ester da posição de judia (portanto, cativa) a rainha (portanto, soberana e influente). Mas a trama contém elementos muito caros à história da salvação: [1] o problema do mal que ameaça o povo da aliança; e [2] a iniciativa divina em levantar uma semente escolhida para combater esse mal e livrar os eleitos — história redentiva, enfim. Hamã e Ester são os pólos do livro, nesse aspecto. Então a história de Ester, conquanto não se encaixe formalmente na categoria de instrução (Lei) nem de profecia, ficando no grupo dos Escritos das Escrituras hebraicas (note que na Bíblia protestante o livro encerra a seção de literatura histórica!), é um evento redentivo, mesmo sem referir textualmente que foi Deus que o causou.

Quanto à data do livro: os fatos de: [1] Et 10.1-2 sugerir que Xerxes já havia morrido; [2] o livro não apresentar o menor traço de influência helenística; [3] a ausência de qualquer menção a Deus ou à lei distinguir o livro da literatura macabeana — esses fatores sugerem uma composição entre 450 e 350 a.C. (anterior, portanto, ao período helenístico). Bom trabalho e prossiga! Um abraço.

Culto ao corpo

O texto da antropóloga Mirela Berger é ótimo. Quando terminamos, praticamente vemos diante de nossos olhos o retrato da sociedade atual. A importância de estar fisicamente bem, a cobrança social, o apelo da mídia, as vitrines dos shoppings, a exposição do corpo, a influência da TV e dos amigos, até mesmo na competição por um trabalho, o corpo como bem de consumo, o enorme esforço individual requerido e até mesmo nosso clima tropical, tudo enfim que hoje causa no Brasil esse frenesi do culto ao corpo é muito bem concluído pela Mirela com o texto de José Rodrigues, do livro O corpo na história:
O indivíduo acaba por sentir em si o mal-estar silencioso derivado da talvez mais hermética das prisões, aquela que se constitui quando o homem passa a ser um carcereiro de si próprio, vivendo na ilusão de ser livre.

Ao terminarmos o texto, vemos a grande diferença que Cristo faz à sociedade. Veja que não é preciso ser cristão para perceber a prisão daqueles que cultuam o corpo hoje em dia. Quando fiz Filosofia da Música na universidade, ficou claro também: há um grande problema com a sociedade atual. Nós cristãos sabemos o porquê. É interessante no texto o ritual ao qual se submetem aqueles que querem fazer parte desse mundo do culto ao corpo: primeiro tem de haver uma separação do indivíduo do grupo dos não malhadores, por exemplo. Depois, a transição do aprendizado das novas regras, novos hábitos de vida. E, enfim, a consagração daquele que é agora um “malhador”. Aqui eu quero deixar bem claro que eu incentivo o cuidar do corpo, acho que é importante e que nada tenho (nem a Bíblia tem) contra o viver bem e o estar bem. O problema é que isto virou um culto em nossa sociedade e o corpo agora é tratado como bem de consumo. O que constatamos com o texto da Mirela é que aqueles que entram nesse ritual colocam sobre si um enorme peso, uma carga que posteriormente vai custar caro.

Cristo nos livra dos pesos que a sociedade tenta impor, das ilusões que tantos alimentam. Ele nos livra desses conceitos perniciosos que nada instruem sobre a vida ou sobre Deus. As palavras e conceitos vazios felizmente não iludem quem teve um verdadeiro encontro com Cristo. Cada vez que nos aproximamos de Deus percebemos o quanto custa caro trocar seus valores estéticos pelos valores estéticos do mundo, o quanto pesa ir contra seus conselhos. Fico triste em ver tanta gente com tanto peso sobre os ombros, com tanta coisa para carregar. Para nós, cristãos, fica a responsabilidade de mostrar as palavras de Jesus: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e achareis descanso para as vossas almas”. Acho que Emily Brontë resumiu a minha posição nessa questão ao finalizar seu poema Remembrance:

‘…How could I seek the empty world again?”

Ismael Patriota
 
Observação do professor — A declaração do José Rodrigues sobre tornar-se carcereiro de si próprio é bastante contundente. E a Emilly Brontë era linda, ein? Bom trabalho! Um abraço.

domingo, 6 de junho de 2010

Interlúdio — ou sobre a existência do belo (e do feio)

Salve salve meus caros!

Qual não foi a minha surpresa ao ver que essa pausa no curso ensejou uma discussão (até filosófica) sobre coisas belas e feias!

Essas discussões não planejadas sempre me interessaram. Revelam o que vai, de fato, na nossa cabeça, que muitas vezes resiste à mudança de paradigmas trazida pela educação formal de um curso de escola dominical.

Então vejamos: o diabo existe? Isto é, existe no sentido objetivo, clássico e usual do termo? Chifres e tridente à parte, seria ele uma pessoa específica, com todos os atributos de personalidade (intelecto, emoções e vontade) e qualificadores (vil, mentiroso, dissimulado, cruel, gênio do mal e, sobretudo, adversário e tentador) que lhe têm sido sistematicamente atribuídos pela cristandade ao longo dos tempos? Ou seria o diabo um conceito primitivo carente de desmitologização para ser apresentado ao homem contemporâneo como uma representação impessoal das forças e vetores que não se alinham com o bem?

Esteticamente  isso é muito importante. Filosoficamente também. Falar do diabo é falar do mal e do feio e, assim como vimos que a bondade e o bem absolutos têm forma e organização, também cumpre responder a essa questão: o mal também tem forma e organização? Ele está ativamente empenhado contra o bem ou é simplesmente fruto da nossa ignorância e fraqueza? Mas essa ignorância e fraqueza é causada pelo quê ou por quem? Ou é uma aberração do sistema, da Matrix?

Somos estetas, mas não enxergamos (nem queremos fazer vocês enxergarem) o mundo em cor-de-rosa. Nossa responsabilidade ética é mostrar-lhes a glória de Deus (na medida de nossas finitas mas reais possibilidades), perante a qual caem todas as mentiras e filosofias que se opõem ao evangelho da graça. A beleza da verdade de Deus é tão forte que desmascara todas as mentiras e ilusões do mundo, e (voilá) dos sistemas que levaram o mundo a este estado deplorável onde o homem é o explorador do próprio homem e o bem e a justiça são suprimidos pela impiedade, ganância, insensibilidade e prevaricação aberta contra Cristo (2 Co 4.4).

A questão, do ponto de vista estético, é se esses sistemas estão organizados ou não e, em caso positivo, por que fator (pessoal ou impessoal). Cristo nos deu uma importante diretriz ao apontar a necessidade que até o mal tem de se organizar para prosperar (Mateus 12.22-32). No texto revela-se o estabelecimento de uma oposição entre dois reinos capitaneados por dois reis: o valente (v. 29) é o líder das forças que, no contexto, são contrárias ao Reino de Deus; veio, porém, o mais valente que, primeiro, amarrou o valente, depois saqueou-lhe a casa. A julgar pelo que Cristo afirma no v. 30, a oposição entre o Reino de Deus e o reino de Satanás é real, tensa e intransigível. Batalha espiritual no sentido mais cru da expressão.

Os padrões confessionais da Igreja Presbiteriana do Brasil, bem como os de várias outras denominações reformadas, claramente reconhecem a existência de Satanás como um ser pessoal, ativamente engajado em destruir a obra de Deus e iludir o mundo com mentiras. Incluí, a propósito disso, um arquivo na pasta Estética com o texto integral de nossa confissão de fé. A título de exercício, procure as ocorrências da palavra “Satanás” no texto e leia os versículos indicados. A Escritura é muito contundente a respeito, então abra o olho!

Quanto ao problema da historicidade do Jó da Bíblia, só tenho uma coisa a dizer: considerando que a mensagem do livro é que Deus é soberano,  inescrutável e justo com suas criaturas (Carlos Osvaldo Pinto, Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento, p. 433), seria absurdo se essa tese se aplicasse a um personagem de mentirinha, uma “fraude piedosa”. Então a criatura que demonstra que Deus é soberano com suas criaturas… não existe? Mas Jó é um exemplo para nós (cf. Tiago 5.11)!

Comentem!

Um forte abraço e tenham uma ótima e bela semana com Deus.

Em Cristo

Seu colega

Referências adicionais